"A privação da minha liberdade me causa profunda tristeza por minha esposa, por minha família e pelos colombianos que ainda acreditam que fiz algo bom pela Pátria", escreveu o ex-presidente (2002-2010) em sua conta no Twitter. Ele não esclareceu se ele será posto sob prisão domiciliar ou levado para a prisão.
Uribe, que governou a Colômbia entre 2002 e 2010, é suspeito de ter pressionado testemunhas que poderiam vinculá-lo a paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Esse grupo armado de extrema direita fez parte do conflito armado na Colômbia entre a década de 90 e os anos 2000 e é suspeita de narcotráfico e violação de direitos humanos.
O ex-presidente nega as acusações de vínculos com os paramilitares, que, com o colapso dos cartéis de Medellín e Cali, passaram a disputar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e outros grupos menores o controle do narcotráfico no país.
Analistas consideram o caso um importante teste para o judiciário colombiano, que há anos tem sido criticado por não punir políticos e militares acusados de corrupção.
Uribe é uma das principais lideranças políticas do país. Em 2016 ele liderou a vitória do não no referendo sobre o acordo de paz com as Farc. Dois anos depois, ele apoiou o atual presidente, Iván Duque, na campanha que o levou ao Palácio de Nariño.
As suspeitas de irregularidades contra o ex-presidente, no entanto, não são novas. Nos anos 80, depois de ter sido prefeito de Medellín, Uribe foi acusado de conceder licenças de aviação a narcotraficantes quando dirigia a agência de aviação civil da Colômbia.
Segundo documentos do Departamento de Estado americano, diplomatas do país receberam nos anos 90 relatos de que Uribe era próximo de narcotraficantes.
O ex-presidente, no entanto, rechaça todas essas acusações. No governo, ele foi um importante aliado dos Estados Unidos na implementação do Plano Colômbia e no combate as Farc.
Sob seu comando, os principais líderes da guerrilha foram mortos, como foi o caso de Raúl Reyes, alvo de um ataque na fronteira com o Equador em 2008. Ele também extraditou diversos suspeitos de narcotráfico para Washington.
Uribe é suspeito de ter subornado o ex-paramilitar Juan Guillermo Monsalve a mudar um testemunho sobre uma suposta colaboração de Uribe na fundação da AUC. Foi no governo do ex-presidente que a milícia foi desmobilizada.
Segundo Monsalve, um advogado do ex-presidente, Diego Cardena, o pressionou para alterar o testemunho. O mesmo teria ocorrido com um segundo paramilitar da AUC. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
(Com Agência Estado)
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