O ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia Ratko Mladic, acusado entre outras coisas de genocídio e crimes contra a humanidade, compareceu nesta sexta-feira (3) pela primeira vez ao Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) em Haia, na Holanda, alegou ter defendido seu país e se recusou a declarar-se culpado ou não das acusações, que qualificou de "odiosas". Arquivo
Mladic, vestido com um terno e camisa cinzas, permaneceu sentado, visivelmente envelhecido e mais magro, muito diferente do homem que ganhou fama nos anos 1990, quando sempre usava uniforme militar.
O ex-militar, de 69 anos, foi detido em 26 de maio na Sérvia, depois de passar 16 anos foragido. Entre as acusações, estão a de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. "Sou o general Ratko Mladic", respondeu quando o juiz perguntou sua identidade. "Defendi meu povo e meu país, não Ratko Mladic", disse, Mladic, que era o homem mais procurado da Europa.
"Não matei croatas por serem croatas. Estava apenas defendendo meu país", acrescentou o ex-chefe militar. Mladic é acusado em particular por seu papel no massacre de Srebrenica, o mais grave cometido na Europa desde o fin da Segunda Guerra Mundial, no qual foram assassinados 8.000 muçulmanos.
Vinte mães de vítimas do massacre de Srebrenica assistiram nesta sexta-feira, no memorial de Potocari, a transmissão pela televisão da primeira audiência de Mladic.
"Espero que Deus faça com que queime no inferno", murmurou uma das mães quando Mladic falou pela primeira vez. "É bom que seja julgado, msemo que tarde. Deveria ter sido levado ao tribunal há muito tempo", declarou à Nura Alispahic.
Mladic se recusou, no entanto, a declarar-se ante o TPII culpado ou não das acusações. "Você é um pouco mais velho que eu", disse Mladic, de 69 anos, ao presidente do tribunal.
"Gostaria de ler e receber as acusações odiosas que pesam contra mim. Quero ler com meu advogado. Preciso de mais de um mês para avaliar as alegações monstruosas que nunca havia escutado antes", disse em sua primeira audiência no tribunal de Haia.
O ex-general, que foi extraditado na terça-feira de Belgrado para a sede de Haia (Holanda) do TPII, podia solicitar um prazo de 30 dias antes de uma nova audiência sobre a questão.
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