De acordo com Ali Hussein Nasser, tio da vítima, a jovem identificada como Mirna Raef Nasser estava no Vale do Bekaa, mesma região onde Ali Kamal Abdallah, o brasileiro de 16 anos de Foz do Iguaçu, morreu também na segunda-feira. Ela estava acompanhada do pai Raef Nasser, que é libanês, e que também morreu no ataque.
Mirna mudou-se para o Líbano quando tinha 1 ano e 2 meses de idade, depois que o pai foi visitar o país e decidiu permanecer após arrumar um emprego, conta o tio da jovem. Lá, além do pai, ela morava com a mãe, dois irmãos e uma irmã.
Segundo Ali Hussein Nasser, na segunda-feira a família havia deixado a casa no norte do Líbano pela manhã e voltaram pela parte da tarde para buscar roupas e materiais escolares, momento em que a casa foi atingida. "Ela falou (aos irmãos), vocês fiquem aqui, a gente vai lá e busca rápido. Na hora que eles chegaram em casa, aconteceu o ataque", disse o tio. "Foi violento, não sobrou nada da casa. Não tem nada, nada."
Israel e o Hezbollah têm trocado tiros através da fronteira desde o início da atual guerra em Gaza no ano passado, mas Israel intensificou sua campanha militar na última semana.
Nesta quinta-feira, 26, o Exército de Israel anunciou que, durante a madrugada, atacou 75 alvos do Hezbollah no sul e leste do Líbano. Na segunda-feira, ataques israelenses em larga escala no Líbano mataram 558 pessoas e feriram mais de 1.800, segundo as autoridades libanesas, o maior número em apenas um dia desde o fim da guerra civil no país (1975-1990).
Segunda vítima brasileira no Líbano
Essa é a segunda perda em território libanês desde a escalada entre Israel e Hezbollah na família de Ali Hussein Nasser, que é primo do brasileiro Ali Kamal Abdallah, cuja morte o Itamaraty confirmou nesta quinta-feira. "Chegou a informação do menino. Falei, eu vou ligar para meu irmão, e ele não me respondeu. Duas horas depois, veio a notícia do (falecimento) meu irmão."
Ali Kamal Abdallah morreu em explosões na segunda-feira. Natural de Foz de Iguaçu, no Paraná, o jovem estava acompanhado do pai, que é paraguaio, na região do vale do Bekaa, a cerca 30 quilômetros a leste da capital Beirute. As autoridades do governo federal afirmaram que a embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares.
(Com Agência Estado)
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