O delator Wesley Batista, dono da empresa JBS, revelou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) o procurou, em um fim de semana, na sua casa, desesperado pedindo que lhe desse R$ 7 milhões para sanar uma dívida. “Ele me ligou desesperado pedindo que eu o ajudasse porque a pessoa o estava ameaçando. Queria receber o dinheiro que tinha emprestado a ele”, declarou o empresário.
O empresário conta que Silval disse que tinha pego um dinheiro emprestado com um empresário que, por sua vez, tinha contraído empréstimo no banco para passar a Silval, e que este estaria cobrando a dívida de R$ 7,5 milhões. Pois o ex-governador ainda não tinha quitado a conta.
“Ele me procurou apavorado dizendo que eu tinha que ajudar ele para pagar essa dívida. Coincidentemente nos tínhamos comprado uma transportadora dessa mesma pessoa para quem ele devia o dinheiro. Nós pagamos a dívida do Silval com o empresário e esse valor acabou abatido no negócio da transportadora”, explica.
A referida empresa, usada para pagar os R$ 7,5 milhões a Silval na ocasião, foi a Carol Mila Agropecuária, como relata o delator.
Durante os anos três anos em que a JBS pagou propina ao ex-governador foram repassados pelo menos R$ 30 milhões em troca de receber incentivos ficais e pagar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) reduzido.
No vídeo da delação, o procurador de Justiça que interroga o empresário questiona se ele sabe de outras empresas que também usufruíam dos incentivos fiscais concedidos pelo Governo por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). “Acredito que não”, respondeu. Ele narra que na época, cerca de seis empresas tinham o benefício.
Outros casos de propina
Durante a gestão Silval Barbosa, as empresas Consignum e o grupo Tractor Parts recebiam tinham o Prodeic e ambas pagaram propina para ao grupo supostamente liderado por Silval em troca da redução dos impostos.
Os empresários Willians Mischur e João Batista Rosa, dono das respectivas empresas, delataram o então governador e seus secretários ao Ministério Público Estadual (MPE) sobre o pagamento de cerca de R$ 20 milhões que ambos repassaram à organização.
A denúncia desencadeou a investigação de desvios que gerou a Operação Sodoma 1 e após a descoberta de outros desvios desencadeou outras quatro fases da Operação.
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