Decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais, no âmbito da 'Operação Overpay', revela com detalhes os mecanismos usados, em tese, para fraudar planilhas de prestação de serviços à Secretaria de Saúde de Cuiabá. Com as irregularidades, os investigados teriam se beneficiado de pagamentos superfaturados no contrato de terceirização de médicos. Dentre as anormalidades, o documento cita o escalonamento de médicos para dois plantões no mesmo horário, mas em lugares diferentes, e a inserção de supostos médicos na planilha de pagamentos, que não constavam no quadro de prestadores de serviço da empresa investigada, a LG Med Serviços e Diagnósticos.
De acordo com a decisão, em janeiro de 2023, a empresa inseriu em suas planilhas médicos em duplicidade na escala. Sendo assim, conforme as informações prestadas pela LG Med Serviços e Diagnósticos, Alexandre Ribeiro da Costa, Nathália Rodrigues, Marcela Mainardi, Karoline de Oliveira e Luan Romeiro Silva foram escalados pelo menos uma vez para duas unidades de saúde ao mesmo tempo.
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As duplicidades foram registradas nas escalas da UPA Sul (Pascoal Ramos), UPA Norte (Morada do Ouro) e Policlínica do Planalto.
Além disso, a auditoria realizada nos contratos identificou que, na relação de plantões fornecida pelo fiscal do contrato da UPA Morada do Ouro, constava a prestação de serviços de duas médicas nos dias 1º, 8 e 31 de janeiro, sendo que as referidas profissionais não constavam na relação de plantões médicos da LG Med Serviços e Diagnósticos.
Com a constatação dessas irregularidades, as investigações encontraram uma significativa diferença entre a nota fiscal da prestação de serviços em janeiro de 2023 e o valor que os fiscais do contrato consideraram efetivamente devidos à empresa. O valor, pago em excedente pela administração pública, seria de R$ 92,8 mil num único mês. Ao todo, o contrato somava R$ 25 mlhões.
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