Carlos Alexandre da Silva Nunes foi condenado a 16 anos de reclusão em regime fechado por ter ajudado a enterrar o corpo da adolescente Maiana Mariano Vilela, morta aos 16 anos de idade, em dezembro de 2011. A menor foi asfixiada a mando do namorado, um empresário já condenado pelo crime, e teve o corpo enterrado em uma cova rasa no Coxipó do Ouro, em Cuiabá.
A Justiça ainda negou a Carlos o apelo para recorrer em liberdade, decretando, assim, a prisão.
Segundo Carlos, ele usou uma picareta, uma enxada e uma pá para conseguir enterrar o corpo da jovem. Durante a audiência do Tribunal do Júri, ele alegou que se arrepende de ter participado do crime.
"Eu ajudei a carregar, mas eu me arrependo até hoje. Não foi eu que matei, não tem nada criminal na minha ficha. Hoje, eu trabalho, ajudo até a polícia. Ela estava de calça comprida e camisa. A moto, eu "acabei" com ela, deixei em um lugar para outros pegarem", disse ele.
O acusado passou por um novo julgamento nesta quinta-feira, após ter a sentença anulada a pedido do Ministério Público (MPMT). Em 2016, ele chegou a ser condenado a um ano e seis meses em regime aberto.
À época, os demais envolvidos no crime também foram condenados. O empresário Rogério da Silva Amorim, com quem Maiana tinha um caso amoroso, foi sentenciado a 20 anos e 3 meses em regime fechado, como mandante d por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recompensa e meio que dificultou a defesa da vítima).
No entanto, cinco dias após a sentença, o mandante do crime, Rogério, foi colocado em liberdade. Já Paulo Ferreira Martins, de 44 anos, que confessou ter asfixiado a adolescente, foi condenado a 18 anos e 9 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, também em regime fechado.
Carlos Alexandre da Silva e Paulo Martins confirmaram que receberam R$ 5 mil de Rogério Amorim para matar Maiana. Eles levaram a adolescente até uma chácara no Coxipó do Ouro e, lá, a esganaram, colocaram o corpo em um saco plástico e enterraram em uma cova.
ENTENDA O CASO
Tudo começou no dia 21 de dezembro de 2011, quando Suely Mariano Vilela, mãe de Maiana Mariano Vilela, que estava em viagem para o Paraná, recebeu um telefonema de Rogério Amorim, condenado por ser mandate, dizendo que a sua filha estava fora de casa há mais de 24h e ninguém sabia do paradeiro da adolescente.
Suely veio para Cuiabá e começou uma 'caçada' por sua filha que demorou cinco meses. O que mais chamou atenção em todo esse tempo foi que Rogério ajudava nas buscas, inclusive, dizendo que ela poderia estar em São Paulo.
Entretanto, em maio de 2012, a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) concluiu que Rogério mandou matar Maiana porque não estava suportando dois relacionamentos. "A pressão na mente dele foi tanta que ele decidiu tirar a vida dela. A esposa de Rogério descobriu e pediu pra ele acabar com isso e Maiana não era fácil de soltar. Queria moto, roupas e outras coisas caras", disse a delegada Anaíde Barros, que à época investigou o crime.
Testemunhas afirmaram que Maiana desapareceu quando Rogério pediu para ela trocar um cheque para pagar um funcionário da sua chácara.
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