Uma jovem indígena de 20 anos realizou um sonho antigo ao trocar de nome em um mutirão da Comarca de São Félix do Araguaia, realizado no Ponto de Inclusão Digital (PID) de Luciara (1.082 km da capital). Agora, ela possui uma nova certidão de nascimento com um nome que honra suas raízes Kanela do Araguaia: Junre, que significa beija-flor e se lê “iunre”.
Organizado pela juíza Silvana Fleury Curado, o mutirão, ocorrido no início de dezembro de 2024, ofereceu serviços como audiências conciliatórias, solicitação de documentos e retificações cartorárias. “Fiquei sabendo que teria um mutirão em Luciara, cidade onde está minha aldeia. Fui, e o rapaz que me atendeu foi muito educado e paciente”, conta Junre Kanela, que antes assinava como Myrella Pereira da Silva.
A troca de nome é respaldada por resolução que permite a pessoas indígenas alterarem prenome e incluírem referências à etnia no sobrenome. “Os PIDs têm a função de aproximar o cidadão dos seus direitos. O caso da Junre Kanela mostrou justamente isso”, explica a juíza Silvana Curado.
Junre relata que sua família fugiu do Maranhão entre as décadas de 1930 e 1940 devido a perseguições. “Com a guerra e a perseguição, nosso povo foi obrigado a parar de falar a língua materna e praticar seus ritos, mas sempre teve o desejo de se reunir novamente e viver como somos.”
Agora, a jovem se prepara para um novo capítulo. Ela está se mudando para Sinop (480 km de Cuiabá), onde cursará Administração na Unemat. “Quero ser alguém que contribua para a dignidade de vida do meu povo. A Myrella Pereira da Silva começou uma história e agora a Junre Pereira da Silva Kanela irá continuar", finalizou.
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MÁRCIA PEREIRA SANTOS 13/02/2025
Amei este noticiário ,pos meu esposo faz é desta aldeia, e ainda ñ mudou seu nome. Com certeza da próxima vez ele irá.
1 comentários