Um jovem que cumpriu medida socioeducativa por mais de dois anos no Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) de Sinop (220 km de Cuiabá) conseguiu reconstruir sua trajetória após deixar a unidade. Durante o período de internação, concluiu o Ensino Médio, participou de projetos como o Vida Organizada e o Xadrez – Estratégia para a Vida, e passou a conviver em harmonia com regras e rotinas. Ao sair, mudou de cidade, obteve emprego formal, iniciou novos estudos e removeu tatuagens que o associavam a uma organização criminosa.
O relato foi compartilhado pela juíza Melissa de Lima Araújo, do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Socioeducativo (GMF), que acompanha o trabalho desenvolvido na unidade. Segundo ela, o CASE tem papel fundamental na construção de novas perspectivas para adolescentes em conflito com a lei.
A unidade oferece diversas iniciativas voltadas à educação, cultura, cidadania e profissionalização. Entre os projetos está o Ponto de Esperança, que utiliza o crochê como ferramenta pedagógica para desenvolver paciência, criatividade e autonomia. Os internos mais experientes ensinam os recém-chegados, promovendo cooperação e solidariedade.
Outro destaque é o Clube do Livro – Descobrindo Novos Mundos, que estimula a leitura e o debate sobre obras literárias, ampliando o repertório cultural e fortalecendo a empatia. Na área ambiental, o projeto Verde do Amanhã mantém uma horta agroecológica, ensinando técnicas sustentáveis e despertando consciência ecológica.
A Brinquedoteca Temporária oferece um espaço humanizado para visitas de familiares, enquanto o projeto de xadrez contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico, disciplina e respeito às regras.
De acordo com a magistrada, muitos adolescentes chegam ao CASE inseridos em contextos de vulnerabilidade social e envolvimento com o crime. A unidade atua como alternativa, apresentando caminhos possíveis por meio da educação e da capacitação. “Cabe ao sistema socioeducativo mostrar que o estudo e o trabalho lícito são viáveis, desde que haja disposição para mudança”, afirmou.
O CASE Sinop conta com apoio de instituições como o Ministério Público, Defensoria Pública, Poder Judiciário, universidades e comunidade local. Entre as novas iniciativas está uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente para ensinar os internos a produzir mudas de árvores destinadas ao plantio urbano.
A juíza também reforçou a necessidade de ampliar o acesso a cursos profissionalizantes e a um plano sociopedagógico estruturado, visando garantir alternativas concretas de estudo e trabalho após o cumprimento da medida.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.