A advogada Mirian Ribeiro, de Primavera do Leste (243 km de Cuiabá), esposa do lobista Andreson Gonçalves está tão ligada ao suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto ao marido. As informações estão na edição de novembro da revista piauí.
Se, por um lado, Andreson Gonçalves, segundo a Polícia Federal (PF), se gabava de ter acesso antecipado a minutas de decisões e de influenciar servidores do tribunal, Mirian, dona de um escritório modesto, acumulava vitórias expressivas em causas milionárias, incluindo processos de grandes grupos empresariais, como o J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
De acordo com revista piauí, Mirian Ribeiro atuou em 201 processos no STJ, sendo 47 no gabinete do ministro Paulo Dias Moura Ribeiro, onde obteve 72,5% de vitórias, um índice considerado atípico. Em dezesseis desses casos, a advogada foi contratada após o processo já estar sob relatoria do ministro, o que, segundo investigadores, pode indicar a existência de intermediação de influência.
Entre os exemplos que chamam atenção está um caso envolvendo o cantor Zezé Di Camargo, Mirian foi contratada no dia seguinte à distribuição do processo ao ministro Moura Ribeiro e venceu. Situação semelhante ocorreu em ações milionárias ligadas ao agronegócio mato-grossense, como uma disputa fundiária em Alta Floresta (885 km de Cuiabá), onde a advogada também saiu vitoriosa.
LEIA MAIS: PF aprofunda investigação e mira ligação entre lobista de MT e JBS
A Polícia Federal abriu uma investigação específica sobre o gabinete de Moura Ribeiro após encontrar mensagens trocadas entre o lobista Andreson e pessoas ligadas ao ministro. O objetivo é apurar se houve vazamento de decisões e tráfico de influência.
O esquema de venda de sentenças foi revelado pela Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. A operação, que já teve mais de dez fases, levou ao afastamento de servidores do STJ, magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, como os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, além do juiz Ivan Lúcio Amarante.
O caso, que já é considerado o maior escândalo da história do Judiciário brasileiro, segue sob sigilo no Supremo Tribunal Federal.
LEIA MAIS: 'Voto pronto e enviado para você'; PF suspeita que lobista de MT controlava ações no STJ
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.






