Novos trechos do acordo de delação premiada firmado pelo ex-deputado estadual José Geraldo Riva revelam que o empresário Valdir Piran teria recebido mais de R$ 120 milhões em um esquema que contou com a participação dos ex-governadores Blairo Maggi, Silval Barbosa, do ex-secretário Éder Moraes e do grupo Andrade Gutierrez.
Em vídeo da delação, divulgado nesta segunda (21), pelo portal Olhar Direto, Riva conta que a Piran Participações e Investimentos adquiria precatórios da Andrade Gutierrez, os quais eram pagos pelo Estado por meio de Termo de Ajuste de Pagamento de Precatórios, celebrado entre a construtura e a Secretaria de Fazenda.
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Do total, que chegou a R$ 280 milhões, a Andrade Gutierrez teria recebido cerca de 55%, enquanto que 45% era destinado à empresa de Piran.
O intuito, segundo Riva, era quitar, indiretamente, dívidas do grupo político do ex-governador Blairo Maggi, ao qual o ex-scretário Éder Moraes era subordinado. As dívidas foram contraídas junto à Piran Participações e Investimentos.
De acordo com o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), somente no governo Maggi, foram pagos R$ 235 milhões, divididos entre a Andrade Gutierrez e a empresa de Valdir Piran.
Outros R$ 45 milhões foram creditados durante o governo de Silval Barbosa que, conforme Riva, passou a se utilizar do método para sanar outros débitos.
"Em um determinado momento, o governador Silval e o secretário Éder passam a fazer mais empréstimos para a solução de outros problemas, vira uma espécie de conta corrente e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determina a suspensão do pagamento dos precatórios", relembra Riva.
Segundo o ex-deputado, após a alegação do TJMT de que os precatórios já teriam sido pagos, houve uma mobilização por parte de Valdir Piran que chegou a contratar um advogado de Brasília (DF), especialista no tema.
Mas, mesmo diante dos esforços, o TJMT reafirmou a posição de que não havia mais saldo a pagar. Pelo entendimento da Corte, os valores, inclusive, já tinham ultrapassado o limite de saldo.
Após confirmação da decisão do Tribunal mato-grossense, por meio de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), os envolvidos no esquema concluíram que não tinham mais o que reclamar aos tribunais.
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