Xangai, antes mesmo do início das disputas, foi palco de debates quanto ao calendário da ATP. Nomes como João Fonseca e Carlos Alcaraz desistiram de disputar o torneio, focando na preparação para os últimos torneios da temporada, na Europa. O mesmo ocorreu com Stefanos Tsitsipas, Jack Draper, Arthur Fils e Jack Draper.
O Masters 1000 é a 'ponta do iceberg' após uma temporada em que o número de reclamações dos atletas quanto ao calendário do circuito aumentou. Jakub Mensik, 16º no ranking da ATP, revelou que sofre com problemas físicos dado ao número de jogos na temporada. "Competir na Copa Davis e na Laver Cup depois dos Estados Unidos tem sido difícil; meu corpo sofreu. Isso é inevitável, com uma agenda tão ocupada o ano todo. Acho que joguei demais", disse.
Menos de uma semana antes de abandonar a competição, Sinner havia conquistado o ATP 500 em Pequim. Pelo número de torneios no calendário, não há como haver um descanso maior entre as competições.
Iga Swiatek, em junho, também criticou a forma como o calendário é construído ao longo do ano, e a distribuição dos torneios. "O calendário é super intenso, intenso demais. Não faz sentido precisarmos jogar mais de 20 torneios em um ano", declarou à época. "Às vezes, precisamos disputar WTA 500, por exemplo, já que, se não jogarmos, levamos zero pontos no ranking."
João Fonseca, estrela brasileira no circuito, sofreu com enjoo, mal-estar e desgastes físicos ao longo do ano. Muito antes de desistir da participação no Masters de Xangai, em outubro. "Jogo difícil, acabei passando mal, querendo vomitar. Não sei o que aconteceu, se foi o nervosismo, mas foi só um susto", afirmou, em março, após estreia com vitória sobre Learner Tien, no Miami Open.
Novak Djokovic, já na reta final da carreira, sofreu com os mesmos problemas que colegas de profissão em Xangai. Antes da partida de estreia no Masters 1000, reconheceu que o calendário não é o ideal, mas criticou a postura de outros tenistas, como Carlos Alcaraz. "Reclamamos, mas não investimos o tempo e o esforço necessários para mudar as coisas. É preciso o melhor do mundo (Alcaraz) para se organizar, entender como tudo funciona e fazer mais do que apenas falar em coletivas de imprensa. Sei disso por experiência própria", afirmou.
"Há um forte monopólio na tomada de decisões no tênis, construído ao longo de décadas, e muitas pessoas não querem mudar isso. Os tenistas não estão unidos o suficiente", declarou. O desgaste físico é, muitas vezes, acompanhado do mental. Nomes como Bia Haddad desistiram dessa reta final de temporada para recuperar as energias para o ano seguinte.
"Estou fazendo este post para dividir com vocês que estou encerrando a minha temporada de 2025 um pouquinho antes do programado para poder descansar por um maior período o corpo e a mente", anunciou a tenista, em setembro. Ao Estadão, Guga concordou com a decisão da tenista, e afirmou que isso pode prolongar a carreira da atleta.
(Com Agência Estado)
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