"A Federação Australiana de Futebol consultou sobre esse assunto as principais partes interessadas, incluindo o governo e parceiros comerciais, e foi um consenso esmagador que essa parceria não se alinha com nossa visão coletiva para o torneio e fica aquém de nossas expectativas", diz um comunicado emitido por James Johnson, diretor executivo da federação.
Desde o vazamento da informação, a Fifa tem recebido muitas críticas, mas ainda não se posicionou oficialmente. Mesmo assim, as partes envolvidas têm vindo a público para tentar pressionar a entidade a desistir do acordo. Até por isso, o texto divulgado por Johnson também fala em nome da Federação Neozelandesa de Futebol.
"Embora a parceria não tenha sido confirmada pela Fifa, com base nas consultas que tivemos com nossa comunidade, principais partes interessadas e nossa própria posição, adiantamos que não ficaríamos confortáveis ??com isso. Enquanto esperamos mais esclarecimentos e informações sobre os detalhes da parceria da Fifa, continuamos a transmitir esta mensagem clara em nome das Federações da Austrália e da Nova Zelândia e de nossa comunidade", diz em outro trecho do comunicado.
A possibilidade já havia sido criticada também por jogadoras, como a americana Alex Morgan, que classificou o patrocínio como "algo moralmente sem sentido". A Federação de Futebol dos Estados Unidos chegou a se posicionar, declarando "apoio às atletas" e manifestando "preocupação" com o assunto.
A Arábia Saudita, país que só passou a ter uma seleção feminina de futebol no ano passado, ainda preserva muitas restrições à liberdade das mulheres. Mulheres sauditas não possuem liberdade religiosa, sexual ou mesmo de ir e vir. Recentemente, Mohammad bil Salman, príncipe herdeiro ao trono e primeiro-ministro saudita, promoveu mudanças como tirar a obrigatoriedade das mulheres terem a permissão do marido para transitar livremente em locais públicos.
Nos últimos anos, o governo saudita tem lançado mão de estratégias de "sportswashing", como é chamado o uso político do esporte para melhorar sua reputação mundial. Os esforços mais notáveis foram a contratação de Cristiano Ronaldo pelo Al-Nassr e a compra do Newcastle, por 300 milhões de libras (cerca de R$ 2,2 bilhões na cotação da época) por um grupo liderado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) do país árabe.
(Com Agência Estado)
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