Casares iniciou sua coletiva celebrando a presença dos jornalistas no CT e garantindo que, se cobra transparência da CBF, aparecerá mais para falar sobre o clube e esclarecer cobranças e questionamentos. Explicou que apesar do longo período longe das entrevistas, fez algumas lives e que esse sumiço é "irrelevante."
"Na vida a gente tem de fazer alguns ajustes de rota e quando questionei e trabalhei junto ao presidente da CBF sobre transparência, tive de olhar a mim também, ao clube e já havia discutido isso internamente de ao menos em algum período de uma semana, 15 dias, vir aqui atendê-los. Fiz uma reflexão sobre o tema, se a gente busca transparência, tenho de olhar para minha pessoa."
Casares falou de todo assunto, mas procurou focar em notícias boas ao irritado torcedor. A dívida que bateu R$ 968,2 milhões em agosto, segundo o mandatário, será divulgada com uma importante redução de R$ 57 milhões nos próximos dias, com um superávit de R$ 20 milhões, segundo ficou sabendo em reunião diretiva no Morumbi nesta segunda-feira.
Questionado sobre qual motivo teria para dizer ao torcedor que o clube está no "caminho certo", ele usou justamente as finanças do tricolor para defender seu mandato. "(Quando assumi) Tínhamos de reconectar o torcedor com as vitórias, o MorumBis voltou a receber público, bater recordes, tinha um tabu na casa do arquirrival (Corinthians), e a gente quebrou, assim como outros contra Fortaleza, Atlético-MG... isso conta o crescimento da dívida, foi o custo de ser competitivo, mais investimentos. E ganhamos três títulos, dois contra Palmeiras (Supercopa e Paulista) e um com o Flamengo (Copa do Brasil), que são os maiores investimentos do País", explicou.
"Agora fizemos a opção de buscar o equilíbrio financeiro. A notícia de que estamos no caminho certo é o relatório financeiro de janeiro a setembro que ainda não divulgamos, no qual a dívida reduziu em R$ 57 milhões, com um superávit em 20 milhões. Vai ser como (um relatório) de saúde, divulgado amanhã ou depois", disse.
"Com essa dívida baixando, o viés do superávit demonstra que a segunda parte do mandato, de priorizar revelação da base, e um pilar financeiro de equalização. Já temos bons resultados, reduzir R$ 57 milhões é algo muito importante, as dívidas dos clubes estão subindo e a nossa baixando", comemorou. "Claro, ainda temos outubro, novembro e dezembro e a luta é permanente para reduzir esses números e as conquistas retratam que estamos no caminho correto."
O dirigente aproveitou para descartar uma SAF no clube. Ao menos no momento. "Quando à SAF, no São Paulo ela não pode ser por vontade única, tem de haver um contexto. É uma celeuma maior, você dá a chave (do clube) para o dono e ele faz o que quiser, e já vi muitas bem ruins aqui no Brasil", esclareceu. "É um processo. O São Paulo tem a vantagem da FIP (gestão da base pela Galápagos, com aporte de ao menos R$ 200 milhões sem a parceira ser a administradora do clube), com um investidor com muito recurso e futuros gestores", foi além.
E explicou como queria uma futura SAF no São Paulo. "Se (os conselheiros) decidirem por uma SAF, não será para dar ao investidor pela dívida, e sim para preparar o clube. Se for essa o caminho, que não é pessoal, que o São Paulo entre na mesa (de negociação) adulto, de forma adulta. Uma coisa é entregar por necessidade, outra é trazer com viés de equilíbrio financeira e baixa de dívida, o que são indicadores positivos. Que o investidor olhe o São Paulo de outra forma. Vão ter 50 investidores no mínimo, com ótimas propostas, mas não é o momento."
CRÍTICAS AMENIZADAS
Sobre as críticas, Casares usou o rival Palmeiras para garantir que não se intimida. Em sua visão, se o líder do Brasileirão e nas semifinais da Libertadores passou por cobrança das arquibancadas sobre Abel Ferreira e Leila Pereira e definiu isso como prática da cultura brasileira.
"Todas as equipes das Séries A e B passam por isso, o torcedor tem direito de fazer sua crítica, desde que pacífica e correta. Vejo com tranquilidade, muita gente forte do futebol, ex-jogadores, salvaram clube com SAF e tiveram protesto, faz parte da cultura do futebol e aceito naturalmente", afirmou.
"Todos são torcedores, tenho relação de respeito com o torcedor comum e o organizado, todos vestem nossa camisa e querem vitória. Tenho muito respeito e esse protesto é normal. Vi há pouco tempo um time que está bem colocado e a torcida cantando contra a presidente e o técnico. É ter tranquilidade e aceitar democraticamente, se for assim pacificamente."
O presidente tricolor garantiu que fez um pacto com os "rivais" na corrida presidencial para o assunto só entrar em pauta após o Brasileirão, o "foco" do momento em busca de vaga na Libertadores e que todos se comprometeram a segui-lo à risca até março de 2026, quando as chapas serão inscritas para pleito em junho.
PLANEJAMENTO INICIADO
Organizando o planejamento para 2026, Casares confia em vaga do time na próxima Libertadores. Mas trabalha com os mais distintos cenários. "Não estamos só contando com a vaga na Libertadores, ela é um potencial de receitas, mas trabalhamos com vários cenários, de pessimista, moderado e otimista. Na hora que sair a definição do Brasileirão, a definição de premiação, vamos lutar pela meta orçamentária com meta de títulos, mas fazer orçamentos com os reais cenários. Objetivo maior é a vaga. Porém, vamos trabalhar totalmente sem pressa, o foco tem de ser o futebol, o Brasileirão."
(Com Agência Estado)
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