Segundo Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, o recuo do petróleo reflete na curva de juros americana e consequentemente na do Brasil, o que é "positivo". O declínio da commodity vem em meio a relatos de que os EUA estariam muito próximos de fechar um acordo com o Irã. Porém, Teerã disse que não recebeu nenhuma nova proposta dos Estados Unidos para resolver a disputa nuclear.
"Se houver um acordo, o Irã pode ampliar as exportações de petróleo para outros países", diz Oliveira.
A alta é moderada e vem após, na segunda-feira o Índice Bovespa ter alcançado o nível inédito de fechamento em torno dos 138 mil pontos e tocou ao longo da sessão a marca dos 139 mil. Ontem, encerrou com queda de 0,39%, aos 138.422,84 pontos.
Conforme ressalta Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Asset Management no Brasil, desde a trégua comercial entre EUA e China que animou os mercados, houve uma certa acomodação. "Desde então, estão andando mais de lado sem ausência de novidades da China. Além disso, há outros assunto que estão ganhando atenção como questões fiscais americanas e a política monetária do país. Mas lógico que o tema sobre tarifas continua sendo relevante", afirma.
A agenda repleta aqui e no exterior nesta quinta-feira e os resultados corporativos brasileiros ficam no foco. Hoje, saíram as vendas varejistas de março do Brasil, que vieram mais fracas na margem do que o esperado pelo mercado e mostraram quedas na comparação interanual.
Lá fora, dados de atividade também são destaques, assim como o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em evento. Ele disse que os EUA podem estar entrando em um período de choques de oferta mais frequentes e potencialmente mais persistentes, o que é um desafio para a economia e para os bancos centrais.
Ainda nos EUA já saíram dados da inflação ao produtor, vendas no varejo de abril, pedidos de auxílio-desemprego, índice de atividade industrial Empire State relativo a maio e a produção industrial americana.
"Há muitos indicadores importantes que certamente devem traduzir em volatilidade", diz Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Aqui, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou alta de 0,8% no varejo restrito em março em relação a fevereiro. O dado ficou abaixo da mediana de 1,00% das projeções. Já as vendas no conceito ampliado, que considera construção e veículos, cresceram 1,9%, abaixo da mediana das expectativas, de 2,1%. No confronto interanual, por sua vez, houve recuo de 1,0% (restrito) e de 1,2% (ampliado).
"Vejo a queda na comparação anual um sinal de desaceleração do setor", diz o economista André Perfeito em nota.
Para o economista, essa visão pode começar a migrar para uma perspectiva de um crescimento mais fraco do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.
Neste contexto, "muito provavelmente" o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve elevar mais taxa básica de juros em junho e deixar a Selic nos atuais 14,75% ao ano, estima Perfeito.
Sobre a safra de balanços, já saíram resultados como Eletrobras, Allos, Equatorial e JHSF. Após o fechamento da B3 o destaque será o balanço do Banco do Brasil.
Quanto às commodities, o petróleo cai 2,40% após a AIE elevar projeções para a demanda global pela commodity e os EUA dizerem que estão "muito próximos" de fechar um acordo com o Irã. Já o minério de ferro fechou com alta de 1,17% em Dalian.
As ações da Petrobras caiam entre 0,47% (PN) e 0,53% (ON), enquanto Vale subia 0,22%. Ações de grandes bancos também avançam.
O Ibovespa subia 0,56%, aos 139.143,13 pontos, ante alta de 0,56%, quando alcançou máxima de 139.196,12 pontos. Na mínima atingiu 138.320,61 pontos (-0,07%), perto da abertura (138.424,96 pontos).
(Com Agência Estado)
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