No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,670% ,de 10,661% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026, em 11,50%, de 11,39%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,77% (de 11,63%) e a do DI para janeiro de 2029, taxa de 12,08% (de 11,93%).
A terça-feira foi de noticiário e calendário esvaziados no Brasil, o que deslocou para o exterior a atenção do mercado de juros, que também vem sofrendo com a liquidez mais fraca durante o mês de julho, com muitos players em férias. "Não tem destaques no noticiário. Hoje é um dia ruim para ativos emergentes, que sofrem com o 'flight to quality' em função da queda das commodities", afirmou o economista-chefe do banco Bmg, Flávio Serrano. "A liquidez baixa também acaba afetando a dinâmica", acrescentou.
Moedas emergentes como um todo apanharam do dólar, que no Brasil bateu máxima nos R$ 5,60 logo pela manhã para fechar em R$ 5,5863 no segmento à vista. A divisa americana voltou a flertar com esta marca no período da tarde, levando as taxas a acelerarem o avanço para mais de 15 pontos-base nos vencimentos longos. O recuo das matérias-primas - petróleo caiu quase 2% e o minério, mais de 3% - também respondeu pela queda do Ibovespa.
O cenário fiscal segue sendo monitorado, com os investidores agora desconfiados de que o alvo do governo este ano não seja mais o resultado neutro e sim a banda que autoriza déficit de até 0,25%. Ontem, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a equipe econômica buscará o "melhor resultado possível" para a meta e evitou se comprometer sobre mirar o centro. "Qualquer resultado dentro da banda significa sim o cumprimento da meta, ainda que seja no limite da banda", disse Ceron.
O sócio e economista-chefe da JFTrust, Eduardo Velho, afirma que o cenário fiscal ainda precisará de mais bloqueios nas despesas até dezembro. Ontem, no terceiro relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, o governo reviu a estimativa de déficit para R$ 32,6 bilhões, ante R$ 14,5 bilhões no documento de maio. Por isso, anunciou bloqueio R$ 3,8 bilhões, para que o déficit seja limitado aos R$ 28,8 bilhões (0,25% do PIB). Haverá ainda R$ 11,2 bilhões de contingenciamento, totalizando R$ 15 bilhões de contenção.
"Com ou sem desconto da tolerância da banda fiscal, o déficit primário pleno (incluindo os gastos públicos com o Rio Grande do Sul) deve superar a faixa de R$ 80 bilhões e isso será mais dívida pública federal e rigidez do dólar", afirma Velho.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries oscilaram ao redor da estabilidade, enquanto o mercado aguarda a oficialização de Kamala Harris para substituir Joe Biden como candidato democrata à presidência. A vice de Biden conseguiu apoio suficiente de delegados para garantir sua nomeação e já aparece ligeiramente à frente do republicano Donald Trump em pesquisas relâmpago de intenções de votos. No fim do dia, a taxa da T-Note de dez anos estava em 4,249%.
(Com Agência Estado)
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