Diante dessa percepção, o petróleo ganha força e sustenta as altas dos mercados de ações, mas com alguns índices avançando sem muita convicção pois ainda há dúvidas quanto à magnitude do recuo dos juros nos EUA. A agenda esvaziada de indicadores e o feriado na China nesta segunda-feira também podem limitar elevações hoje.
Aqui, o mercado espera a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) também na quarta-feira. A maioria das estimativas é de alta da Selic em 0,25 ponto, para 10,75% ao ano.
Conforme avalia Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, os mercados operam meio que de lado à espera das decisões sobre juros no exterior nesta semana, sobretudo nos EUA. Ainda definirão suas taxas os bancos centrais da Inglaterra, da China e do Japão.
"Pode ser um pregão mais morno por conta da falta de indicadores hoje e do feriado na China, o que reduz a liquidez. Fora isso, a alta do petróleo ajuda principalmente a parte de Brasil", pontua Ashikawa.
No Ibovespa, as ações da Petrobras avançam na faixa de 2,00%. A estatal informou hoje a conclusão da oferta de títulos globais e a recompra de títulos emitidos no mercado internacional. Essa emissão, no valor de US$ 1 bilhão e com vencimento em 2035, foi realizada pela sua subsidiária, Petrobras Global Finance (PGF). Já o Itaú BBA elevou a sua recomendação para Petrobras para outperform (o equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 48 para as ações preferenciais.
Apesar do recuo da maioria dos rendimentos das T-Notes nos EUA, os juros futuros têm viés de alta diante do aumento das preocupações com a inflação elevada e com o fiscal, o que pode requerer uma Selic alta por mais tempo.
Além das decisões em si, tanto em relação ao Fed e ao Copom os investidores ficarão atentos aos passos seguintes e à magnitude dos juros a partir daí. "A chance de um corte de 0,50 ponto pelo Fed aumentou, temos de ver se virá isso mesmo. Será preciso ainda ficar de olho nos pontos da comunicação, se haverá mudança na comunicação; acompanhar a entrevista com o presidente Jerome Powell presidente do Fed, que fala após a decisão na quarta e ver quais serão os próximos passos", avalia o economista da Principal Claritas.
Além das preocupações dos investidores com o enfraquecimento na China, cujo banco central decidirá juros na quinta-feira, há renovados temores com a inflação, o fiscal e os juros no Brasil.
Hoje, o relatório Focus trouxe que a projeção suavizada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 12 meses à frente subiu de 3,93% para 4,05%. Houve também ajustes para cima nas medianas do IPCA para 2024 (de 4,30% para 4,35%), para 2025 (de 3,92% para 3,95%) e para 2026 (de 3,60% para 3,61%).
Para a taxa Selic, a mediana de 11,25% para 2024 foi mantida desde a edição passada, mas a projeção para 2025 saiu de 10,25% para 10,50%.
Segundo Ashikawa, o avanço da estimativas no Focus reforçam a mensagem de cautela do Banco Central. "O avanço na estimativas para 2026 ainda que de 0,01 ponto é um sinal de atenção ao BC", diz o economista. A Principal Claritas estimava alta de 0,25 ponto na Selic na quarta. "Será importante ficar de olho na comunicação, dado que deve ser um Banco Central que irá na direção oposta ao Fed", diz.
Diante da crise climática no Brasil, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, no fim de semana, a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para fazer frente à devastação. A medida é tomada em meio ao já ceticismo dos agentes do mercado em relação ao cumprimento das regras fiscais.
"Têm sido recorrentes os alertas nos últimos dias de que o quadro segue em deterioração, com o governo e o Congresso flertando com medidas de contabilidade criativa para o alcance das metas", observa Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em relatório.
E hoje, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que irá propor ao governo, muito provavelmente, retorno do horário de verão.
Na sexta-feira, o Ibovespa fecha em alta de 0,64%, aos 134.881,95 pontos. Às 11h24, o Índice Bovespa elevação de alta de 0,38%, aos 135.391,43, ante elevação de 0,62%, na máxima aos 135.715,10 pontos.
As ações da Petrobras avançavam entre 1,83% (PN) e 1,29% (ON), já Vale ON cedia 0,32%. Azul tinha alta de 5,66%, liderando os ganhos da carteira, diante de expectativas de avanços nas negociações com credores da empresa.
(Com Agência Estado)
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