Cipollone ressaltou inicialmente que não faria comentários sobre taxas de juros ou política monetária devido ao período de silêncio que antecede a próxima reunião do comitê diretivo do BCE, marcada para quinta-feira que vem.
Sobre a arquitetura do sistema, o diretor enfatizou que o BCE não terá acesso aos dados privados dos cidadãos, refutando preocupações sobre vigilância estatal ou controle de gastos. "As informações processadas pelo Banco Central serão criptografadas, impedindo tecnicamente que a instituição vincule pagamentos a indivíduos específicos. A gestão dos dados de clientes e os controles contra lavagem de dinheiro permanecerão sob responsabilidade exclusiva dos bancos comerciais, que atuarão como intermediários na distribuição da moeda digital, mantendo o modelo atual de relacionamento bancário".
Cipollone abordou também os custos de implementação do projeto, dividindo-os entre o setor público e o privado. O investimento previsto é de 1,2 bilhão de euros, valor que a autoridade monetária espera recuperar por meio da senhoriagem associada à emissão da moeda.
Já para o sistema bancário europeu, estima-se um custo total entre 4 e 6 bilhões de euros, diluídos ao longo de quatro a cinco anos. "O impacto financeiro para as instituições financeiras, representa aproximadamente 3,5% dos gastos anuais do setor com tecnologia da informação, o que é um investimento gerenciável", afirmou.
A principal vantagem econômica destacada pelo diretor foi a eliminação das chamadas taxas de bandeira (scheme fees) nas transações com o euro digital, um custo atualmente significativo nos pagamentos intermediados por cartões internacionais. A legislação em discussão prevê que essa economia de custos seja repassada, ao menos parcialmente, aos comerciantes, beneficiando especialmente os pequenos negócios que operam com margens de lucro estreitas.
Ouro
Além da pauta digital, Cipollone comentou sobre a tendência global de acumulação de ouro por bancos centrais. Ele observou que as compras anuais do metal precioso saltaram de uma média histórica de 400 a 600 toneladas para cerca de 1.000 toneladas nos últimos três anos. "Esse movimento reflete a busca das autoridades monetárias por uma reserva de valor segura contra a inflação e riscos financeiros sistêmicos, complementando a credibilidade das moedas fiduciárias em um cenário de incertezas globais", disse.
(Com Agência Estado)
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