Em 1968, o Mixto foi convidado para disputar três amistosos em Porto Velho contra Flamengo, Moto Clube e Ferroviário. E, claro, foi ganhar um dinheirinho extra, aproveitando que o futebol de Cuiabá estava meio devagar, quase parando.
Sem poder contar com Ruíter, a grande estrela do alvinegro, o presidente do Mixto, Ranulpho Paes de Barros, convidou o armador Beto Vanderleia, do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, para reforçar o time alvinegro nas três apresentações na capital de Rondônia..
A rapaziada mixtense fazia as refeições no hotel onde a delegação ficou alojada, mas como o alvinegro tinha quase duas semanas para disputar os três jogos, a turma aproveitava a folga nos fins de tarde e noite para bater o ponto no “point” mais badalado da capital rondoniense, na área central da cidade.
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Numa das idas ao “point”, Beto Vanderleia descobriu que a dona do bar era a presidenta do Ferroviário. E acabaram fazendo uma aposta sobre o jogo: duas caixas de uísque do mais caro que existia no estoque no “point” naqueles tempos em que o contrabando dessa bebida corria solto...
Ele não se lembra do valor, mas só recorda que teve que colocar muito dinheiro nas mãos da presidente para garantir a aposta. Mas Beto confiava no taco do Mixto, que tinha, na ocasião, jogadores como Poxoréu, Rômulo, Jaburu, Severino, Admir Moreira, Felizardo, entre outros.
TRATO DE JOGADOR
Chegou o dia do jogo com o Ferroviário. No vestiário, Beto que havia ficado na reserva nos dois primeiros amistosos, só entrando na etapa final, pensando na sua grana que estava em jogo, procurou o presidente Paes de Barros e ponderou: “Hoje eu tenho que jogar o tempo todo” e explicou o motivo...
O Mixto ganhou o jogo por 3x0. Beto foi pegar as duas caixas do uísque e aí ficou sabendo de um problema que o esperava: cada passageiro podia levar apenas um litro da bebida na bagagem...
A saída foi pedir, delicadamente, que cada membro da delegação trouxesse um vasilhame. Cuidadosamente, Beto embalou cada litro, colocou em sacolas, e entregou para os companheiros de viagem.
Antes da aterrissagem no Aeroporto Marechal Rondon, Beto caiu na real. E se no tumulto do desembarque alguém não lhe entregasse o litro que estava sob sua responsabilidade? Rapidinho procurou alguém da tripulação, inventou uma desculpa bem caprichada e foi o primeiro deixar o avião.
Na sala de desembarque, ele se posicionou em um lugar onde todo mundo tinha que passar. E quando alguém da delegação passava, fingindo-se de distraído, levava um cutucão de Beto: “A minha garrafa!...”
Quando terminou o desembarque da delegação mixtense, Beto Vanderleia estava com 24 litros de uísque aos seus pés, inclusive despertando a curiosidade de outros passageiros...
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