O governador Silval Barbosa vai convocar o presidente e o diretor de infraestrutura da Agecopa, respectivamente Eder de Moraes e Carlos Brito, para uma reunião nesta quinta-feira (8), logo depois que retornou a Cuiabá, para resolver a crise na instituição, depois do bate-boca entre os dois durante a audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa para debater o modal de transportes a ser implantado em Cuiabá, na última sexta-feira.
A revelação partiu do próprio Silval, logo após o encerramento da expedição “Rota da Integração”, na segunda-feira (5), em Santarém (PA).
“Já conversei com o chefe da Casa Civil (José Lacerda) hoje pela manhã para chamar os dois e convocá-los para uma reunião comigo amanhã, assim que chegar a Cuiabá”, frisou Silval.
Segundo o governador, embora tenha garantido que ainda não se inteirou dos acontecimentos, a crise é ruim para a imagem da Agecopa e do Estado de Mato Grosso. “Precisa haver mais diálogo, e não ficar brigando. É inaceitável ficar brigando. Isso é muito ruim para a Agecopa e atrapalha o nosso projeto maior, que é a realização da Copa do Mundo em Mato Grosso”, salientou. Ele acrescentou que “não tem como tirar ninguém, porque ainda não sei o que aconteceu”.
DOMÉSTICO
José Lacerda havia antecipado a HiperNotícias no último sábado que o governador não tinha conhecimento da crise, mas que considerava a briga uma “questão doméstica” da Agecopa, que precisava ser resolvida internamente.
A repercussão do fato na mídia, no entanto, especialmente com Eder de Moraes dando declarações e pedindo a cabeça do colega, acenderam a luz vermelha no Palácio Paiaguás, e provocou a intervenção direta do governador.
DESTITUIÇÃO
O líder do Governo na Assembleia, Romoaldo Junior (PMDB), condenou nesta segunda a atitude de Carlos Brito, a quem responsabilizou pela crise. Segundo ele, “houve insubordinação” da sua parte.
Mesmo admitindo não ter participado da audiência pública, Romoaldo afirmou que “com base em conversas com outros deputados, se fosse o caso hoje já teríamos oito (ou seja, metade) dos 16 votos necessários para destituir o Brito. Mas não estou dizendo que isso será feito”. Entre os 24 deputados, apenas José Riva, Dilmar Dal Bosco (DEM) e e Airton Português (PSD) estavam na audiência no momento da discussão.
Já o presidente da Assembleia José Riva discorda e considerou a possibilidade de destituição de Carlos Brito um absurdo.
“Eu acho que aquela discussão foi desnecessária, os dois erraram na minha opinião. Mas, daí a falar em destituição é um absurdo. Não apoio isso e acho que não há nenhuma necessidade sequer de se discutir esse assunto”, afirmou Riva a HiperNoticias, por telefone, de São Paulo, onde faz exames de saúde. Riva também retorna nesta terça a Cuiabá.
No fim semana, parte da mídia aventou a “exoneração” de Carlos Brito ao publicar entrevistas com Eder Moraes, que teria ligado pessoalmente para a maioria dos veículos. Já Carlos Brito evitou falar com a imprensa desde sexta.
PADRINHOS
Carlos Brito e Roberto França foram indicados para a Agecopa pela própria Assembleia Legislativa, o que dificulta a destituição de qualquer um dos dois por seus ex-colegas. Ambos ocupavam mandatos de deputado quando aceitaram o convite do próprio Riva, e se desfiliaram de seus respectivos partidos para ingressar na autarquia.
Os demais diretores foram indicados pelo ex-governador Blairo Maggi (Adilton Sachetti, o primeiro presidente; Yênes Magalhães – planejamento; Yuri Bastos – assuntos estratégicos; e Jefferson de Castro – orçamento e finanças). Já Agripino Bonilha Filho – diretor de mobilização e voluntariado -, foi indicação do ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos. Eder de Moraes foi o único dos sete diretores indicados por Silval Barbosa, este ano, depois de uma crise entre a Agecopa e a Assembleia Legislativa.
CRÍTICAS PONTUAIS
Os vídeos da audiência pública, registrada pela TV Assembleia e obtidos por HiperNotícias com exclusividade, mostram que as críticas feitas por Carlos Brito foram pontuais e atacaram principalmente o que ele considerou falta de democracia interna na agência, pelo fato de Eder de Moraes não compartilhar o projeto do VLT com os demais diretores.
Os vídeos mostram ainda que o promotor de Justiça Domingos Sávio de Arruda e o empresário Aldo Locatelli também questionaram o projeto, embora não tenham se declarado defensores de nenhum modal específico. O que foi parar na mídia, todavia, foi apenas o enfrentamento entre Eder e Brito. (Com reportagens de Kleber Lima, Paulo Coelho e Aliana Camargo, enviada especial à Rota da Integração)
Carlos Lorençon 06/09/2011
concordo plenamente em o Eder Moraes afastar esse tal de Carlos Brito esse cara serve para servir cafézinho e só.porém o seu Eder Moraes deveria aproveitar o embalo e fazer uma faxina na AGECOPA que se transformou em cabide de emprego....tem esposa de vereador ganhando mais de 15 mil reais por mês....isso também é um absurdo.
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