Mayke Toscano/Hipernotícias |
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Mesmo elogiando Governo pelo fato da anulação do contrato, senador avalia que investigações devem continuar pelo MPE |
O cancelamento do contrato com Global Tech, não significa “passar a borracha em cima de um erro” e ainda há muito que se explicar, especialmente sobre a dispensa de licitação e a aplicação dos R$ 2,1 milhões iniciais, dados como garantia pelo Estado na negociação para compra das 10 Land Rovers equipadas com mecanismos tecnológicos de monitoramento móvel, com vistas à segurança da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, numa faixa de 720 quilômetros de território seco.
A opinião é do senador Pedro Taques (PDT) que, mesmo parabenizando o governo pela anulação do contrato, enaltece a importância de uma fiscalização rigorosa sobre o assunto.
“Que fique a lição de como se fazer um procedimento como esse cumprindo à risca a lei das licitações, ao que parece o Ministério Público já adiantou que vai investigar e esse é um ótimo sinal”, sinaliza Taques.
Cético, o deputado estadual Percival Muniz (PPS) ainda avalia a ação do governo, na relação com a Global Tech. “Quero ver se realmente houve o cancelamento ou se é uma coisa só para aparecer na mídia e, depois, ainda estou aguardando resposta sobre meu requerimento pedindo informações sobre esses contratos, esses valores e a dispensa de licitação”, lembra Percival, acrescentando que o prazo para entrega desta resposta vence esta semana.
Muniz também salientou que a ida do secretário da Copa de 2014, Eder Moraes, e do adjunto de Projetos Especiais, Jeferson de Castro, à Assembleia com intuito de dar explicações não foram suficientemente esclarecedoras.
“Foram apenas explicações genéricas, quero detalhes sobre valores, sobre a dispensa, eles mal sabiam quais os componentes que integravam as Land Rovers”, argumenta.
O parlamentar também faz coro às indagações do presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, Walter Rabello (PSD), que denunciou a falta informações nos balancetes da Agecopa e da Secopa, especialmente sobre a o sinal (caução) de R$ 2,1 milhões que não aparecem nos documentos já enviados pelo secretário Eder Moraes a Rabello.
“ Não souberam responder nem isso, não há explicações lá”, atesta Percival.
Walter Rabello também discorre na linha de opinião do senador Pedro Taques e não vê no cancelamento do contrato, a resolução do impasse.
“Houve um crime, mentiram para a opinião pública sobre a autorização do Exército para a aquisição e uso desses equipamentos e só agora que a farsa foi descoberta é que cancelaram o contrato, mas ainda há muito que se explicar sobre essa dispensa de licitação, sobre os responsáveis por esses erros”, critica o deputado Rabello, prometendo levar adiante os questionamentos inclusive, por meio da tribuna da Assembleia.
PT
Já para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) do Legislativo, Ademir Brunetto (PT), o governo agiu de forma acertada ao cancelar o contrato, mas se equivocou quando decidiu aplicar R$ 14,1 milhões dos próprios cofres na segurança de fronteira.
“Acho que se fizessem bons projetos nesse valor, o dinheiro poderia vir do governo federal que tem muito dinheiro para investir nessa área”, avalia o petista.
Para Brunetto, a dispensa de licitação ficou mal explicada por Eder e Jeferson de Castro junto aos parlamentares e que, agora, a licitação deve ser conduzida pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
O cancelamento contratual ainda não foi publicado no Diário Oficial do Estado.