O candidato a vice-prefeito de Cuiabá pela coligação “Cuiabá pra você”, João Celestino (DEM), cogita ingressar na Justiça para assegurar a devida instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) caso o juiz Julier Sebastião, da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, não reconsidere decisão desfavorável ao modal proferida na última semana pelo juiz substituto Marllon Sousa. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (13) após reunião na qual Celestino e o cabeça-de-chapa Guilherme Maluf (PSDB) cobraram da Advocacia-Geral da União (AGU) em Mato Grosso comprometimento com a defesa do modal como de interesse público da região metropolitana.
“Se a gente entender que o governo não consegue reverter, nós mesmos - como cidadãos, como advogado e coligação - podemos entrar como parte nessa ação com medidas mais enérgicas. Essa [a decisão que suspendeu as obras do VLT] é uma medida que não vai dar em lugar nenhum”, argumentou Celestino.
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Na sede da AGU em Cuiabá, Celestino e Maluf protocolaram documento com uma série de razões em prol do sistema de transporte. Para os candidatos ao comando do Executivo municipal, o Estado já deveria ter ingressado com recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) para garantir o andamento das obras, mas eles receberam do procurador-chefe da entidade, Alexandre Murata Costa, garantia de defesa da implantação do sistema de transporte e de que um recurso será protocolado até sexta-feira caso o juiz Julier Sebastião não torne sem efeito a decisão em caráter liminar que suspendeu as obras e os repasses financeiros do VLT.
Nesta quarta-feira o juiz deve inquirir o engenheiro responsável pelo projeto e os secretários de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, e da Copa da FIFA de 2014, Maurício Guimarães; eles não haviam sido ouvidos pelo juiz substituto Marllon Sousa antes da decisão polêmica e portanto, após a audiência, a expectativa é que Julier reforme o deferimento da liminar conquistado pelo Ministério Público com base em supostas irregularidades no VLT.
Para Celestino, o investimento do governo federal nas obras agora atacadas pelo Ministério Público consiste no pagamento de uma dívida com Cuiabá, capital historicamente negligenciada na política de repasses em Brasília. Ele também lançou dúvidas sobre o zelo que os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) teriam ao pedir a suspensão das obras, visto que muitos deles nem mesmo são de Cuiabá e Várzea Grande – daí, teoricamente, o desinteresse pelo VLT e o pleito “descabido” pela suspensão na Justiça, mas Celestino não classifica a ação judicial como de caráter político.
Por outro lado, pontuou Celestino, o processo de licitação e discussão das obras foi todo acompanhado pelo Ministério Público, que teve diversas oportunidades de levantar questionamentos anteriormente; um desses questionamentos, a inclusão do VLT no Regime Diferenciado de Contratação (RDC, sistema de licitação flexível criado para as obras da Copa), é questão superada, uma vez que o modal de transporte permanecerá como legado para a região.
“Não sei qual é a cor partidária dos procuradores e nem sei se têm. Não vou entrar nesse mérito. O que eu questiono é por que não se discutiu isso antes. Não faz sentido discutir isso agora”, declarou.
Por sua vez, o cabeça-de-chapa Guilherme Maluf fez uso de argumentação parecida com a do governador Silval Barbosa (PMDB) na última sexta-feira, afirmando que a população e o Estado já sofrem prejuízos com a suspensão do VLT, tema que nesta semana ressurge como um dos principais nos debates iniciais da atual campanha eleitoral, tendo já provocado acusações, entre candidatos, de quem estaria "contra" a implantação do sistema em Cuiabá e Várzea Grande. Maluf alega que acompanhou todo o processo de licitação de perto e que, a essa altura do campeonato, se há algo que deveria estar sendo discutido é a integração do modal com os demais sistemas de transporte coletivo da cidade, não sua própria implantação. "Vai voltar atrás agora? Cuiabá perde muito com essa situação", enfatizou.
Mauro Figueiredo 15/08/2012
PARABÉNS DR.JOÃO CELESTINO, O SENHOR ESTÁ APOIANDO A ESCOLHA DE APROXIMADAMENTE 90% DA POPULAÇÃO DA GRANDE CUIABÁ. CONTINUE COM ESSA IDÉIA E PREOCUPAÇÃO. COMO EM TUDO, EXISTE UMA MEIA DÚZIA DE "GATOS PINGADOS" QUE SÃO CONTRA A MELHORIA DE NOSSA QUERIDA CUIABÁ, PARA ESSE PESSOAL EXISTEM TRES ALTERNATIVAS, A BR-364, O AEREOPORTO E UMA CARONINHA, SEM OLHAR PARA TRÁS. ESSE PESSOAL VAI "CHUPAR UMA MANGUINHA" NO VLT CUIABANO, NÃO TEM VOLTA.
ana 15/08/2012
Sr. Marcelo Mattos, PARABÉNS!!! Enfim alguém com lucidez sobre o fato. Peço licença para acrescentar ao seu magnífico texto a sugestão de que, se é para individar o povo, ao menos que seja aplicado o valor do empréstimo em todo o Mato Grosso e nesse caso será melhor investir em educação, saúde, segurança e habitação para todos.
Marcelo Mattos 15/08/2012
Engraçado como só agora esses políticos candidatos a cargos eletivos venham vociferar contra atos e ações do MPF e MPE além da Justiça Federal. O argumento de que os representantes daqueles poderes não são de Cuiabá e por isso estariam tentando prejudicar o andamento das obras é injustificável e de uma incredulidade e infantilidade a toda prova e que não deveria ao menos estar sendo cogitada ou manifestada publicamente por pretendentes a cargos tão elevados como os de prefeito e vice de Cuiabá. Por que esses políticos não se manifestaram quando se emitiu um laudo fraudulento favorável à troca do BRT pelo VLT a pedido do Governo de Mato Grosso no Ministério das Cidades? Pela matéria do Hiper Noticias de ontem, a Justiça Federal determinou o imediato afastamento das fraudadoras, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades e a gerente de Projetos da Diretoria. Se a fraude aconteceu em 2011 e até caiu o Ministro Negromonte, algo de pobre já existia. Se mantido o BRT (não sou a favor nem contra) a obra já estaria bem avançada e não se estaria sendo questionada agora a menos de 21 meses da copa a moralidade e a transparência desses atos. Essas bravatas e argumentos político-partidários deveriam estar sendo questionados no momento exato em que surgiu a desconfiança da fraude (amplamente noticiada na mídia inclusive nacional) denunciada tanto pelo MPF como a Justiça Federal não sendo, portanto, um ato meramente intempestivo e momentâneo como querem agora alardear os pretensos salvadores da pátria. Eles deveriam isso sim estar preocupados é com o pobre povo que paga os maiores mais absurdos tributos do mundo sem nenhum retorno social, pois ao final das contas é ele quem vai acabar arcando com todas essas mazelas de coisas mal feitas e mal explicadas.
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