Condenado por um histórico de aplicações indiscriminada e uso de tortura, a eletroconvulsoterapia ainda sofre controvérsias atualmente, mas é considerado o tratamento mais eficaz em casos extremos de doenças mentais.
A eletroconvulsoterapia (ECT), é um tratamento psiquiátrico que envolve a indução de uma crise convulsiva por meio da corrente elétrica. Esse método utilizado para amenizar sintomas da depressão, esquizofrenia, a mania, a catatonia, a epilepsia e a bipolar. A resistência à medicação antidepressiva constitui a sua principal indicação.
Apesar de apresentar contrapontos na perspectiva da psicologia, a eletroconvulsoterapia é um tratamento considerado bastante significativo na sociedade, devido ao fato dos medicamentos psiquiatras não funcionarem no organismo.
A professora Carla Lemos Coelho, de 48 anos, falou com o HNT/HiperNotícias. No relato, afirma que seu filho, diagnosticado com depressão, apresentou melhoras significativas com relação ao tratamento.
“Antes do tratamento cheguei a ter que sedá-lo e amarrá-lo para proteger a vida do meu filho. Agora, depois da primeira sessão, ele conseguiu se livrar daquele estado. No caso do meu filho, a eletroconvulsoterapia amenizou o quadro, evitando que ele precisasse de uma internação hospitalar”, afirmou.
“Acredito que antigamente a eletroconvulsoterapia envolvia uma história muito triste no passado onde hospitais usavam esse equipamento sem nenhum critério e como instrumento de tortura. Atualmente, com a modernidade, muito se faz na questão da prevenção, mas para o momento de emergência, não existe nada na rede pública para tratar isso. Aqui em Mato Grosso não existe um único leito infanto-juvenil. Até o momento, temos o Hospital Adalto Botelho que é um hospital psiquiátrico adulto, mas que ainda trabalha em formato manicomial”.
TRATAMENTO NO ESTADO
Em Mato Grosso o plano de saúde do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado – MT Saúde poderá oferecer aos seus pacientes o tratamento de eletroconvulsoterapia em casos de depressão. A proposta foi apresentada ao governador do estado, Mauro Mendes (DEM), feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM).
A iniciativa visa contribuir com inúmeras famílias que têm algum ente com essa doença. Inclusive, a indicação surgiu a partir da história da servidora pública Meris Clara Berto de Sant´Ana, que há três anos luta para tratar a filha M. A. S. N, 38 anos, diagnosticada com depressão severa e já tentou duas vezes o suicídio. Por ordem judicial a família de Meris conseguiu o tratamento de Eletroconvulsoterapia, atualmente, oferecido apenas na rede de saúde particular.
Meris relata que esse tipo de tratamento chegou em Mato Grosso no ano passado, ao custo médio de R$ 1,3 mil cada sessão, sendo necessárias de 12 a 15 sessões indicadas a pacientes com depressão severa.
“Conseguimos 12 sessões de ECT por ordem judicial. A minha filha já vai fazer a quarta sessão. Percebemos uma melhora significativa com o ECT, inclusive, ela tem mais consciência da doença e luta contra isso, um ponto muito bom que vejo nela”, destaca Meris.
Ela conta que antes, M. A. S. N, professora de Educação Física se preocupava com o bem-estar e se cuidava muito. “A gente não entende e fica se perguntando por que ela desenvolveu a depressão? Uma doença que o paciente precisa de muito apoio e acompanhamento. O tratamento ECT representa melhor qualidade de vida ao paciente e essa proposta do deputado Botelho significa que não precisarei ficar correndo e esperar liminar de juiz para conseguir tratar minha filha como foi no início. Essa é a nossa esperança!”, desabafa Meris.
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