A gestão da Unimed Cuiabá, sob o comando de Carlos Bouret, está no centro de uma grave denúncia feita pelo Instituto Brasil Cooperado, presidido por Maurício Coelho. Ele acusa a atual diretoria de ocultar informações referentes ao refazimento do balanço financeiro referente ao ano de 2022 e de praticar manobras contábeis com o objetivo de beneficiar determinados prestadores de serviços que possuem ligações econômicas com membros da gestão.
Segundo Coelho, os cooperados da Unimed Cuiabá estão há mais de um ano cobrando transparência e acesso às contas, mas não têm obtido resposta da diretoria. Ele afirma que “obtiveram vantagem econômica indevida a partir das informações que, deliberadamente, ocultaram dos cooperados, gerando ignorância sobre o tema”, o que, segundo ele, caracteriza crime de estelionato.
"O cooperado está há um ano pedindo ao Bouret para que mostre as contas. E o Bouret se recusa a mostrar. Ele não poderia estar fazendo isso. Em 2023, ele cometeu o crime. Agora, ele está ocultando o crime", denunciou Coelho.
O ponto central da denúncia é a inclusão de R$ 185 milhões em contas indevidas no balanço, pois – segundo o presidente do IBC – as contas não tiveram critérios mínimos de aprovação, pois não era necessário que estivessem no sistema e nem que passassem por auditoria médica interna. Além disso, grande parte dessas contas era velha. “Quais foram as contas que foram reconhecidas ali? Por quê? De que forma? O que a gente está dizendo é que essas contas foram reconhecidas sem estarem no sistema, sem auditoria médica. Contas velhas que favoreciam a alguém”, afirma Coelho.
De acordo com ele, valores de anos anteriores, como de 2018 a 2021, teriam sido incluídos de forma irregular no balanço de 2022. A forma de apresentar as contas, segundo a denúncia, não seguiu as normas contábeis, não foram justificadas nas notas explicativas e não detalham quem recebeu os pagamentos e por qual motivo – o que deveria ser feito por haver mudanças na forma de reconhecimento e alterações nas demonstrações contábeis.
“O que foge do roteiro natural de pagamento precisa estar justificado, ainda mais em uma situação como esta que gerou grandes distorções. Mas isso não foi feito.”
Maurício Coelho também denuncia um conflito de interesses dentro da gestão atual da Unimed Cuiabá, envolvendo fortes vínculos financeiros com dois grandes prestadores de serviços: o Hospital Santa Rosa e a clínica de oncologia Oncomed.
Segundo ele, embora o presidente Carlos Bouret tenha um relacionamento histórico com o Hospital Santa Rosa, o maior apoio durante sua campanha veio da Oncomed, que hoje ocupa cargos estratégicos na diretoria e no conselho de administração da Unimed.
“A gestão sofre influência direta de dois prestadores. Hoje, quando se fala em uma gestão, por exemplo, o que vemos é uma briga interna por espaço e benefícios entre Santa Rosa e Oncomed. Isso não é uma disputa de pessoas, é uma disputa por poder financeiro dentro da cooperativa”, afirma Coelho.
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O Instituto Brasil Cooperado também questiona a mudança drástica nos resultados contábeis. Segundo Coelho, o balanço anterior da Unimed Cuiabá apresentava superávit de R$ 300 mil, mas após as alterações realizadas pela gestão de Bouret, o resultado passou a indicar um déficit de R$ 400 milhões. “Eles desfizeram e refizeram o balanço anterior, incluindo contas com critérios duvidosos. Isso não pode ser feito sem clareza e sem explicação aos cooperados”, pontuou.
Coelho afirma que a situação configura violação clara do artigo 171 do Código Penal, que trata de estelionato. “Se eu ganho vantagem indevida sobre a ignorância de alguém, estou cometendo crime. E foi exatamente isso o que eles fizeram.”
Segundo ele, ao ocultar informações solicitadas repetidamente pelos cooperados e aprovar um balanço sem explicações técnicas e legais, a diretoria incorre em crime de gestão fraudulenta, além de ocultação de documentos e desvio de finalidade cooperativista.
O Instituto Brasil Cooperado deve formalizar a denúncia aos órgãos competentes, entre eles o Ministério Público e a Polícia Civil.
Procurada, a Unimed Cuiabá pontou que Maurício Coelho, está sendo processado judicialmente, tanto no âmbito cível quanto criminal, por espalhar informações inverídicas sobre os gestores e sobre a Unimed Cuiabá. Esta semana, decisão do Poder Judiciário exige que Coelho apague diversos conteúdos mentirosos sobre a instituição de suas redes sociais e das redes do IBC.
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