Um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que estão em mobilidade acadêmica na Colômbia, enviou uma carta à Embaixada solicitando o retorno ao Brasil. Devido à pandemia de Covid-19, o novo coronavírus, os estudantes não tem previsão de repatriamento e temem pela subsistência no país em que residem temporariamente.
Reprodução/Arquivo Pessoal
Cerimônia realizada pela Secretaria de Relações Internacionais da UFMT antes da ida dos estudantes ao exterior.
Devido a isso, o intercâmbio, que é um sonho para muitos alunos, se tornou um transtorno na vida dos discentes da UFMT Isabelle Fanaia, Vivian Amorim, Pollyana Rodrigues, Maycon Esquer, Beatriz Folha, Gabrielly Antoneli e Ana Paula dos Santos. Além deles, outros 23 estudantes de universidades de todo o Brasil também tentam retornar à suas casas.
A maioria dos universitários depende de bolsas de permanência, que custeiam a estadia e a alimentação durante o período no exterior. O auxílio financeiro, concedido pelas universidades, tem o prazo de um semestre e algumas instituições já afirmaram que não poderão prorrogar o subsídio, caso os estudantes permaneçam mais tempo do que o previsto.
Diante do medo e da incerteza, os brasileiros se organizaram e entraram em contato com o consulado através de uma carta à Embaixada do Brasil em Bogotá, justificando a urgência na solicitação de retorno.
“Enfatizamos que totalizamos aqui uma quantidade de 31 brasileiros, sua maioria estudantes bolsistas de programas de graduação sanduíche e outras modalidades de mobilidade acadêmica que estão no país desde o começo do ano. Estudantes becados que já se aproximam do término de suas bolsas, estadia e alimentação, muitos com vôos cancelados ou em suspensão”, diz trecho da carta.
Ao HNT/HiperNotícias, o estudante de Comunicação Social da UFMT, que atualmente está na Universidade Distrital Francisco José de Caldas em Bogotá, Maycon Esquer, relatou a preocupação desencadeada pela situação de vulnerabilidade na qual os universitários se encontram.
“A Colômbia está em quarentena até o fim desse mês, mas os aeroportos provavelmente não voltam a funcionar em junho, quando nossas bolsas terminam e a gente teria que voltar. Nossa maior preocupação é como vamos ficar aqui sem moradia, alimentação e sem poder voltar para o Brasil”, disse.
Gabrielly Antoneli, estudante do curso de Letras também na Universidade Distrital em Bogotá, enfatizou que os universitários pleitearam um voo humanitário, uma vez que a maioria deles depende diretamente das bolsas e só estão em intercâmbio devido ao auxílio.
“Nós temos a bolsa garantida até 30 de junho e por conta do fechamento das fronteiras, nós realmente não sabemos como faremos para voltar ao Brasil, é tudo muito incerto. Nós enviamos a carta à Embaixada na tentativa de obter alguma resposta e conseguir um voo de repatriação humanitário, porque a maioria das pessoas que estão aqui são estudantes que dependem das bolsas, ou seja, sem isso o intercâmbio nem seria possível”, declarou.
Apesar da possibilidade de que os voos retornassem após o fim da quarentena, a imprensa colombiana noticiou, nessa quarta-feira (20), uma declaração da ministra do Transporte da Colômbia, Ángela María Orozco, em que diz que os voos internacionais não devem retornar até o fim de agosto.
Em nota, a UFMT informou que desde o inicio da pandemia, a Secretaria de Relações Internacionais (SECRI) da universidade, faz um trabalho constante de acompanhamento dos estudantes em mobilidade internacional. No entanto, a instituição também não informou uma previsão concreta para o retorno desses alunos.
Leia nota da UFMT na íntegra:
Desde o início da pandemia, a Secretaria de Relações Internacionais (SECRI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) faz um trabalho constante de acompanhamento individual dos estudantes em mobilidade internacional, mantendo contato direto e frequente com os mais 50 alunos em 6 países e 15 instituições parceiras anfitriãs. Dentro deste diálogo, busca alternativas para viabilizar o retorno ao Brasil dos que, após consultados, manifestaram interesse, concretizando, até o momento, oito casos.
Vale ressaltar que, infelizmente, esta situação não é exclusiva da UFMT. Estudantes de outras universidades passam pela mesma situação e no contexto do fechamento de fronteiras e cancelamento de voos comerciais, a repatriação é de competência exclusiva do Ministério de Relações Exteriores e do corpo diplomático brasileiro em cada país.
Em todos os casos cuja mobilidade ainda está em vigor, a UFMT já se articula para que, após a conclusão e durante a pandemia, os estudantes tenham o amparo das embaixadas brasileiras nos respectivos países e garantido o retorno ao estado de Mato Grosso.
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