O incêndio que atinge o Parque Estadual Cristalino II, em Novo Mundo (912 km de Cuiabá), foi controlado pelo Corpo de Bombeiros na terça-feira (20). Além disso, choveu na região, o que ajudou as equipes a extinguir as chamas. O parque passou mais de um mês pegando fogo e a estimativa é de que 5 mil hectares da área de preservação, o equivalente a 5 mil campos de futebol, tenham sido destruídos pelas queimadas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi controlado com trabalho das equipes no combate direto às chamas e rescaldo em pequenos focos isolados. Além disso, a chuva que atingiu o local desde sábado (17) contribuiu para o fim do incêndio.
Ao todo, cinco equipes que atuaram na região na última semana já se encontram em suas bases. Ainda conforme os bombeiros, a região passa a ser monitorada integralmente via satélite na Sala Descentralizada VII, em Alta Floresta, e no Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), em Cuiabá.
As queimadas no Parque Cristalino II estão sendo investigadas com suspeita de cunho criminoso. Segundo a Polícia Civil, os primeiros focos no parque foram registrados no dia 13 agosto, em uma propriedade rural inserida em imóvel rural inscrito no Sistema Mato-grossense de Cadastro Ambiental Rural (Simcar) sobreposto ao Parque Cristalino II.
Segundo a Polícia Civil, moradores próximos ao parque relataram que, em 13 de agosto, uma aeronave pousou na região desmatada. Logo em seguida, decolou e, minutos depois, focos de queimadas foram avistados no local.
Na época, imagens de satélite do Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT) mostraram que os primeiros focos de queimadas começaram em área recentemente desmatada, entre junho e julho.
A ONG Rede Pró-Unidade de Conservação Brasil (Pró-UC), que faz monitoramento aéreo via análise de imagens do satélite Sentinel-2, aponta que mais de 5 mil hectares foram consumidos pelo fogo durante as queimadas deste ano.
O PARQUE
O Parque Cristalino II fica na divisa de Mato Grosso com Pará, entre os municípios de Novo Mundo e Alta Floresta. Com 66 mil hectares, a área de vegetação transita entre savana e floresta amazônica, possui nascentes de águas puras e grande variedade de espécies da flora e da fauna de grande porte. Por essa razão, o local é considerado uma área prioritária na conservação da Amazônia.
O parque também vive um imbróglio jurídico. A Justiça havia decretado a extinção da unidade, mas o Ministério Público recorreu da decisão, alegando que não havia sido intimado e, assim, houve violação do Código de Processo Civil e da Constituição Federal.
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