“Estamos em uma posição muito ruim, incompatível com o momento econômico do Brasil e com a agenda extraordinária de eventos. No IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica referente a 2011], o Rio de Janeiro ficou na penúltima colocação em 26º lugar”, disse o secretário. “Em janeiro de 2011 anunciamos nossa visão para reverter esse quadro e não permitir que os jovens perdessem essa janela de oportunidade. Os investimentos nos Jogos Olímpicos geram ressonância antes, durante e depois do evento. Precisamos preparar esses jovens para estarem prontos para o mercado”, comentou.
Além da Coreia do Sul, Risolia conta que estudou os modelos educacionais da China, dos Estados Unidos e do Chile, países bem colocados no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Entre 74 países avaliados pelo PISA em 2009, a Coreia do Sul se classificou em 6º lugar em Matemática, 6º em Ciências e 2º em Leitura. O Brasil ficou entre as posições 57º e 63º no ranking educacional.
Inspirada no modelo coreano, de acordo com o secretário, a rede pública de ensino médio do Rio passou a contar com avaliação periódica de alunos e o currículo mínimo escolar a partir de fevereiro de 2011. A Coreia do Sul também serviu como modelo para a criação de plano de carreiras para professores no ano passado. “A ideia é permitir que o professor ocupe outras funções na rede de ensino, como coordenador pedagógico, orientador educacional ou mesmo na secretaria de educação”, diz Risolia.
Na sexta-feira (21), a delegação reuniu-se com Lee Kee Yong, secretário de Educação da província de Chungcheongbukdo, no centro da Coreia do Sul. Considerada a melhor província do país em Educação, por três anos consecutivos, Chungcheongbukdo possui 238 mil alunos e 14 mil docentes. Seu orçamento anual é de US$ 1,7 bilhão, incluindo verba do governo federal, local e doações.
INTERCÂMBIO E PARCERIA
Risolia e Lee Kee Yong inciaram uma negociação de intercâmbio entre alunos e professores coreanos e fluminenses. O secretário de Educação do Rio propôs a criação de um colégio nos moldes do programa “Dupla Escola”, no qual o governo coreano seria parceiro na área de ciências exatas, para a educação de futuros cientistas.
O “Dupla Escola” oferece formação técnica complementar ao ensino médio em parceria com empresas desde 2008. Atualmente, oito escolas públicas oferecem cursos técnicos em áreas como administração, agropecuária, panificação, hospedagem e programação de jogos digitais para 1.500 alunos.
Com 49 milhões de habitantes, a Coréia do Sul possui 11,5 milhões de estudantes, 551 mil docentes e investe 4,5% do PIB em educação.
Anualmente, 650 mil estudantes prestam vestibular e 99% dos alunos fazem cursos extra curriculares. Cinco anos após se formar, o docente volta para a universidade e faz especialização com carga horária de 300 horas.
No sábado (22), a delegação foi para a China, primeira colocada no PISA 2009, com a missão de voltar ao Brasil com um parceiro para criar uma escola pública bilíngue na rede estadual, segundo Risolia.
Recentemente, o governo do Rio firmou uma parceria para criar a primeira escola estadual franco-brasileira em convênio com a Académie de Créteil. “Também buscamos parceiros para criar escolas bilíngues em inglês e espanhol”, informou o secretário.
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