A Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) abriu uma investigação preliminar sobre a suspeita de rachadinha no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Em agosto, a coluna revelou que a chefe de gabinete dele, Ivanadja Velloso Meira Lima, detinha procurações com poderes “amplos e ilimitados” para movimentar contas e salários de assessores.
A apuração partiu de uma representação encaminhada pelo ex-deputado federal e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para o MPF, a partir da reportagem da coluna. A PRDF entendeu que, como Hugo Motta tem foro privilegiado devido ao cargo de deputado, o processo e o julgamento cabem ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A parte criminal da investigação retornará à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Já a PRDF irá apurar a suspeita de improbidade administrativa em relação aos envolvidos sem foro – caso de Ivanadja Velloso, já investigada pelo MPF pelo mesmo ato. Trata-se, ainda, de uma apuração preliminar. Caso as investigações avancem, o processo se tornará um inquérito civil. O caso está em sigilo.
Procurados pela coluna, Hugo Motta, a assessoria de imprensa e o gabinete dele não responderam até a publicação desta reportagem. A abertura da investigação preliminar na PRDF foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pela coluna.
Chefe de gabinete de Hugo Motta tem “poder ilimitado” para sacar salários
Investigação feita pela coluna identificou 10 pessoas que trabalham ou trabalharam no gabinete de Hugo Motta e assinaram procurações que dão poderes “amplos e ilimitados” para Ivanadja Velloso, a chefe de gabinete de Hugo Motta, fazer saques e realizar movimentações bancárias em nome dos funcionários.
Oito procurações permitem, explicitamente, Ivanadja Velloso “receber salários” – dois funcionários que assinaram esse documento seguem no gabinete dele. No total, essas pessoas acumularam mais de R$ 4,1 milhões em remunerações, considerando apenas o período em que estiveram lotadas no gabinete do deputado paraibano.
Confira as procurações:
O montante de R$ 4,1 milhões considera apenas as remunerações do período em que as 10 pessoas trabalharam com o presidente da Câmara. As procurações foram assinadas a partir da primeira posse dele na Câmara, em 2011.
Chefe de gabinete de Hugo Motta é ré por improbidade administrativa
Ivanadja Velloso responde na Justiça Federal por suposto esquema de rachadinha no gabinete do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado de Hugo Motta. Ela é acusada de movimentar a conta de um ex-funcionário que jamais pisou em Brasília e que nem sequer sabia o valor do seu salário, tampouco o número da conta bancária.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.






