A equipe econômica do governo faz, desde a semana passada, uma romaria ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de evitar uma derrota bilionária dos bancos nos processos que contestam a correção das cadernetas de poupança após a implantação de planos econômicos de combate à inflação nas décadas de 1980 e 1990, uma conta que pode chegar a R$ 149 bilhões.
O cenário descrito aos integrantes do STF pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e por outros ministros do governo é catastrófico para o setor financeiro: redução drástica na concessão de crédito, quebra de bancos e a possibilidade de que sobre para o contribuinte cobrir o rombo que será criado na Caixa Econômica Federal - pelos cálculos do BC, um terço do impacto da decisão acabaria sendo pago pela Caixa, banco com forte atuação na poupança.
O quadro preocupa ainda mais o governo porque a medida seria implementada em 2014, quando Dilma Rousseff tenta a reeleição. Evitar a vitória dos poupadores é algo extremamente impopular. Num ano de eleição, pode ser fatal.
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Em todas as instâncias judiciais, até o momento, o poupador obteve vitórias. Agora, 10 ministros do STF devem dar um desfecho ao caso - o ministro Luís Roberto Barroso não deve participar do julgamento, pois atuou como advogado antes de ser nomeado para a Corte.
Nas conversas reservadas, de acordo com ministros do STF e integrantes do governo, a equipe econômica afirma que a vitória dos poupadores pode acarretar a quebra de bancos, queda da arrecadação federal, seca no mercado de concessão de crédito e até a necessidade de elevar a carga tributária para capitalizar a Caixa.
Argumento
Os ministros do STF têm recebido visitas pessoais e telefonemas com esse discurso afinado. E, nas conversas, emissários do governo Dilma asseguram que não se trata de terrorismo. "É uma fala serena. O resto é o jogo da tribuna", comentou uma fonte do governo.
Os titulares dos ministérios da Fazenda e da Justiça, do Banco Central e da Advocacia-Geral da União (AGU), além de técnicos das áreas jurídicas desses órgãos e da Casa Civil, passam ainda a avaliação de que, confirmada a derrota dos bancos, a lenta retomada do crescimento econômico ficará ainda mais distante. "Com a diminuição de crédito, a atividade econômica atingida, geração de emprego e renda atingidos, vamos ter um pibinho da Dilma... é sério", disse a fonte.
O temor é a de que alguns bancos acabem não suportando o valor que terão de pagar aos correntistas caso o STF julgue que os poupadores tinham direito a porcentual acima do que definido pelos planos econômicos. Essas perdas, conforme o BC, ainda não foram provisionadas. A autoridade monetária só determinará o provisionamento quando o Supremo decidir. A conta equivale a um quarto do capital dos bancos do País.
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Marcelo Mattos 22/11/2013
Engraçado que o Governo manipulou índices de correção da poupança para conter a alta dos preços e a inflação prejudicando como de costume os poupadores das Cadernetas de Poupança. Ficaram na moita auferindo vantagens inconfessáveis pela não remuneração pelos índices corretos e devidos não aplicados nos saldos existentes nas contas. Agora que está prestes de um desfecho desfavorável de novo os poderes constituídos se juntam para tentar influenciar os ministros do STF a não darem ganho de causa aos poupadores que foram escamoteados no passado alegando uma serie de dificuldades pelos quais passariam os bancos privados e públicos principalmente a Caixa. Enquanto surrupiavam o povo estavam no bem bom e agora ficam apelando para a chantagem psicológica para de novo saírem em vantagem e em evidente prejuízo para o povo que poupou com grandes sacrifícios e não tiveram o retorno honesto como era de se esperar. Ministros do STF, pau neles!!! Que quebram os bancos que lucraram muito com isso, a Caixa, o Banco do Brasil etc. O povo não tem culpa das mazelas e desonestidade de meia dúzia de “sábios” manipuladores de índices. Eles que paguem os prejuízos.
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