O movimento ocorre em meio a uma mudança relevante na percepção dos problemas do País, após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro. Para 43% dos deputados federais, a violência passou a ser o principal problema nacional, ante 23% em junho, assumindo com folga a liderança entre as preocupações da Câmara.
No debate fiscal, o levantamento mostra forte resistência a cortes em áreas sensíveis ao Parlamento. 58% dos deputados são contrários à redução de gastos com emendas parlamentares, enquanto 84% rejeitam cortes no Plano Safra. Também há oposição majoritária a ajustes em temas sociais: 67% se posicionam contra reduzir gastos com políticas assistenciais.
Por outro lado, há amplo apoio a medidas de aumento de arrecadação e contenção de privilégios. A esmagadora maioria (90%) dos deputados são favoráveis à redução de gastos com supersalários e ao aumento da taxação sobre empresas de apostas (bets). A elevação de impostos sobre o setor financeiro também encontra respaldo: 65% defendem maior taxação das fintechs, e 58% apoiam a redução de benefícios fiscais concedidos a empresas.
A pesquisa indica ainda maioria favorável a reduzir gastos com a previdência dos militares (57%), enquanto propostas que afetam investidores enfrentam maior resistência. Metade da Câmara é contrária ao aumento de taxas sobre títulos de investimento, ante 43% favoráveis, e 72% se posicionam contra elevar a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em outros temas da agenda legislativa, a pesquisa mostra apoio majoritário à regulação do trabalho por aplicativos, com 66% dos deputados favoráveis e 27% contrários. Também há maioria a favor da adoção da tarifa zero no transporte público (65%, ante 26% contra).
Já a segunda etapa da reforma tributária, que trata da transição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), reúne 60% de apoio e 22% de rejeição. Em temas mais sensíveis, o levantamento aponta divisão: o fim da escala 6x1 tem 42% de apoio e 45% de oposição, enquanto a proposta de emenda à Constituição da reforma administrativa é apoiada por 41% dos parlamentares e rejeitada por 43%. Já a proposta de extinguir a obrigatoriedade de autoescola para obtenção da CNH enfrenta resistência, com 45% contrários e 38% favoráveis.
O levantamento foi realizado entre 29 de outubro e 11 de dezembro, com 167 deputados federais em exercício. A margem de erro estimada é de sete pontos porcentuais.
(Com Agência Estado)
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