"A China se tornou muito importante em energia solar, elétrica, baterias. Nesse campo, fez um trabalho incrível de cooperação internacional com a redução dos preços", afirmou, observando que um painel solar ficou acessível à população de países mais pobres. "A China traz uma contribuição significativa. Tem tecnologia e escala para produzir", afirmou.
Corrêa do Lago disse que está muito feliz pela participação do empresariado na COP30 e que os recursos privados são altamente relevantes para o financiamento climático. "O setor privado pode ajudar a conduzir algumas decisões dentro dos países e assim podem contribuir a mobilizar mais recursos soberanos", afirmou.
Ele ponderou, contudo, que é importante conduzir a discussão sobre recursos privados e públicos com seriedade. "O progresso que fizemos com recursos privados não pode ser interpretado na forma errada, ou seja, que pode vir a substituir o dinheiro público", disse. Ele reforçou que os recursos soberanos precisam servir de alavanca para o dinheiro privado.
As presidências da COP29 do Azerbaijão e da COP30 do Brasil anunciaram na semana passada o chamado "Mapa do Caminho de Baku a Belém, um plano para mobilizar US$1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. A meta vai exigir esforços significativos tanto de fontes tradicionais quanto da criação de mecanismos financeiros novos, em um momento de crise no multilateralismo.
Desafios diferentes
O presidente da COP30 afirmou que é preciso colocar em perspectiva o fato de os países em desenvolvimento terem de lidar com outros desafios. "Os países desenvolvidos já têm um equilíbrio entre desenvolvimento social e econômico. Assim, eles olham para a transição de uma forma diferente do que os países do Sul global", afirmou. E acrescentou: "Os países em desenvolvimento têm as agendas sociais e a climática ao mesmo tempo para elucidar", disse.
"Os países em desenvolvimento estão fazendo grandes avanços na agenda climática e farão muito mais se tiverem os recursos financeiros vindos dos países desenvolvidos", afirmou.
Para ele, o Brasil é um exemplo desse cenário. De um lado, lida com a questão da pobreza. De outro, tem o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciativa pública com notoriedade em ciência e avanços na agropecuária.
Agenda de discussão na COP30
Para conseguir adotar a agenda, a presidência da COP30 fez uma manobra e destacou os temas polêmicos para discussão separada. Com isso, os tópicos relacionados ao financiamento, às medidas de unilaterais de comércio, às metas climáticas dos países (NDC, na sigla em inglês) e aos relatórios de transparência (BTR, na sigla em inglês) vão ser abordados em consultas diretas com a presidência da COP. Na quarta-feira, a presidência fará uma devolutiva sobre o tema.
As medidas unilaterais de comércio são um tema sensível sobretudo para a União Europeia, que costuma praticar ações protecionistas utilizando supostas infrações ambientais dos países em desenvolvimento como argumento.
Em uma carta na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu esse tipo de medida para "que o comércio volte a unir as nações, em vez de dividi-las".
(Com Agência Estado)
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