Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,36
euro R$ 6,23
libra R$ 6,23

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,36
euro R$ 6,23
libra R$ 6,23

Brasil Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025, 10:47 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025, 10h:47 - A | A

ESTUDO ALEMÃO

Amazônia pode perder até 38% da floresta até o fim do século

Estudo alemão aponta que mudanças climáticas e uso da terra podem levar à perda de até 38% da Floresta Amazônica até 2100

OLHAR DIGITAL

A Floresta Amazônica pode perder mais de um terço de sua cobertura até o fim deste século, segundo um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Ludwig Maximilian de Munique (LMU), na Alemanha. A análise indica que a combinação entre mudanças no uso da terra e aquecimento global tende a intensificar a degradação do bioma, com impactos profundos sobre o clima e a biodiversidade.

De acordo com os autores, a Amazônia enfrenta um risco crescente de atingir um ponto crítico a partir do qual grandes áreas de floresta densa podem se transformar em paisagens abertas, semelhantes à savana. Esse tipo de transição, se ocorrer em larga escala, pode ser irreversível e comprometer de forma permanente o equilíbrio do ecossistema.

A IMPORTÂNCIA DA AMAZÔNIA PARA O CLIMA

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, com cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados, e desempenha um papel central na regulação climática do planeta. Além de abrigar uma enorme diversidade de espécies e comunidades indígenas, o bioma armazena aproximadamente um décimo de todo o carbono presente nos ecossistemas terrestres, considerando biomassa e solo.

Outro fator essencial é o chamado ciclo de evaporação. Por meio de sua vasta cobertura vegetal, a floresta transporta umidade do oceano para o interior do continente, mantendo um regime contínuo de chuvas. Esse processo permite que a própria floresta sustente suas condições ambientais, mas também a torna vulnerável quando há redução da cobertura vegetal ou aumento de eventos extremos, como secas e ondas de calor.

MUDANÇAS NO USO DA TERRA E AQUECIMENTO GLOBAL

O estudo destaca que a expansão da agricultura e da pecuária sobre áreas antes florestadas, somada ao aumento das temperaturas globais, já vem causando danos progressivos à Amazônia. Até agora, porém, havia poucas análises que avaliassem de forma integrada como esses dois fatores interagem e quais seriam seus efeitos no longo prazo.

A pesquisa liderada pela geógrafa Selma Bultan, da LMU, é a primeira a considerar de maneira sistemática o impacto conjunto das mudanças climáticas e do uso da terra sobre a floresta amazônica. Os resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

MODELAGEM E PROJEÇÕES PARA O FUTURO

Para chegar às estimativas, os pesquisadores utilizaram modelos do sistema terrestre com vegetação dinâmica, analisando dados de desmatamento na bacia amazônica entre 1950 e 2014. A partir dessas informações, foram elaboradas projeções futuras com base em dois cenários climáticos distintos.

Segundo Selma Bultan, até 38% da área florestal existente em 1950 pode ser perdida até o fim do século. Desse total, cerca de 25% estaria associada às mudanças no uso da terra, enquanto 13% seriam resultado direto do aumento das temperaturas. A pesquisadora ressalta que esse cenário ultrapassa o limite de 20% a 25% de perda, apontado por estudos anteriores como um possível ponto de inflexão para a Amazônia.

RISCO DE COLAPSO E LIMITES DE AQUECIMENTO

Outro dado relevante do estudo é o aumento do risco de perdas abruptas, e não apenas graduais, da cobertura florestal. As análises indicam que esse perigo cresce de forma significativa quando o aquecimento global ultrapassa 2,3 °C.

Para a coautora Julia Pongratz, professora de Geografia Física e Sistemas de Uso da Terra na LMU, as políticas atuais não são suficientes para evitar esse cenário. Segundo ela, com base nos compromissos climáticos em vigor, o mundo caminha para um aquecimento de pelo menos 2,5 °C.

Pongratz afirma que iniciativas como o reforço da proteção às florestas, discutido recentemente em conferências climáticas, precisam ser ampliadas, ao mesmo tempo em que o combate ao aquecimento global deve ganhar mais velocidade.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros