Este ano a Disney completa 100 anos. Acredito que ela faz parte da história cinematográfica da maioria. Está associada à magia e à nostalgia para muitos. E um dos clássicos da companhia foi o filme “"Chapeuzinho Vermelho", de 1922. Acredita-se que ele foi uma adaptação da versão francesa do escritor francês Charles Perrault.
Na versão original, uma jovem se depara com um lobo astuto no caminho para a casa da sua avó. Ele as engana e as come. Final sombrio. Mas, infelizmente, contemporâneo, recorrente e, só neste ano, houve um aumento no número de denúncias na Central de Atendimento à Mulher, 180, e na aplicação da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), em diversos estados do Brasil.
Um exemplo que teve repercussão nacional foi o caso da apresentadora Ana Hickmann, que revelou em entrevista que presenciou violência doméstica na sua casa durante a infância. E em novembro deste ano realizou a denúncia por agressão contra o marido.
Na abordagem da constelação familiar, quando iniciamos um relacionamento, geralmente, o olhamos da mesma forma que nossos pais, avós e bisavós o viam. Isso se deve ao sistema de crenças, inclusive as negativas, que podemos transferi-las para os nossos relacionamentos, ainda que nos causem prejuízos.
O que nos motiva a repetir a mesma história, pensamentos, emoções, comportamentos, traumas de geração em geração é a lealdade familiar. Ou seja, entendemos, inconscientemente, que assim teremos “ganhos” e que será a única maneira de pertencer à família.
Contudo, para pertencer à família não é necessário seguirmos o mesmo destino dos nossos antecessores. Podemos fazer diferente.
Para tanto, é importante fazermos um profundo processo de autoconhecimento e transformação. Parar de criticar, julgar ou condenar as atitudes dos antepassados. A constelação familiar facilita nesse caminho de aceitação e reconhecimento.
O lobo mau antes de atacar se passa por príncipe encantado, seduz, parecendo manso, prestativo e gentil. Talvez muitas das nossas ancestrais ou de nós confundiram o príncipe com o lobo. Foram enganadas. Algumas, quem sabe, se casaram com eles e foram devoradas. Outras, fugiram deles logo quando estes mostraram os dentes, abandonando a família.
Quantas chapeuzinhos vermelhos gritaram com ansiedade, ataques de pânico, dores de cabeça, paranoias, distúrbios gastrointestinais, depressão?!
Elas e eles fizeram o melhor que podiam dentro do que sabiam.
Amar sem esperar nada em troca era lindo nos contos de fadas, antigamente. Mas na vida real, o amor adulto e consciente exige um delicado equilíbrio entre dar e receber, porque o que não é recíproco é tóxico.
Desejo que em 2024 tenhamos saúde, luz para que saibamos examinar com os olhos grandes da consciência, transformar histórias não tão boas em final feliz, termos esperança de dias melhores, de paz e amor verdadeiro!
(*) BRUNA BERTHOLDO é Advogada, Terapeuta Facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar Individual e Neuroconsteladora. Escreve para HiperNotícias às quintas-feiras. Instagram e facebook: brunabertholdocf / E-mail: [email protected]
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Estefany Tomas Cavalcante 28/12/2023
Artigo importante, apesar de muitos de nós termos a consciência da lealdade familiar, o caminho da mudança não é tão simples e s constelação familiar é uma ferramenta poderosa nesse processo.
1 comentários