Por quanto tempo mais? Esta é a pergunta que me faço, todos os dias, assim que acordo e quando vou dormir. Para quem não me conhece, me chamo Leonardo Heitor, sou jornalista, tenho 40 anos e em 2019 fui alvo de denúncias feitas por várias mulheres, que iam de assédio, importunação sexual e até mesmo de estupro. O resultado jurídico até o momento foi de várias absolvições e nenhuma condenação.
Sempre tive a consciência tranquila e colaborei com a Justiça, apresentando provas materiais, contra denúncias verbais. O resultado, após dois anos, é o de absolvição em todas as ações já tramitadas, faltando apenas poucas a serem julgadas, todas elas com farto material probatório que apontam minha inocência. Mas volto a pergunta: “por quanto tempo mais”?
Estou há dois anos desempregado. De lá para cá, foram diversos currículos enviados e inúmeras tentativas de voltar ao mercado de trabalho. Tudo que mais quero é voltar a atuar, profissionalmente. Me sentir ‘útil’ é algo extremamente necessário no tratamento que faço contra a Depressão, doença a qual fui diagnosticado em meados de 2019, antes mesmo de tudo acontecer envolvendo meu nome.
Como já é de conhecimento de algumas pessoas próximas, foram vários momentos em que a doença quase me venceu e o dia 27 de junho de 2020 se tornou, para mim, um marco neste recomeço, após uma tentativa frustrada de suicídio, em Chapada dos Guimarães (MT), onde fui salvo por policiais militares segundos antes de concretizar meu objetivo, naquele momento. Mas me espanta que, em pleno mês de ‘conscientização’ sobre o “Setembro Amarelo” e o combate a esta doença, pessoas se disponham a prejudicar o próximo.
Após praticamente dois anos, tive a oportunidade de recomeçar e me foi dada a oportunidade de trabalhar na assessoria de imprensa de uma figura pública. Logo no primeiro dia, executei meu trabalho da melhor forma possível e o resultado, ao meu entender, foi extremamente satisfatório. No entanto, minutos depois da divulgação de que eu estava na assessoria desta pessoa, foram várias ligações e mensagens para a minha chefia, questionando a elas o porque da minha contratação. O resultado? Fiquei menos de 24 horas empregado.
Refaço a pergunta novamente. Por quanto tempo mais? Até quando serei culpado e condenado por algo que nunca fiz e que, judicialmente, comprovei que era inocente? Até quando serei impedido de trabalhar por pessoas que não aceitam o resultado judicial das acusações imputadas contra mim? Até quando o trabalho mal feito por delegados, que preferiram os holofotes ao invés de investigar com seriedade, vai me prejudicar. Uma delegada, inclusive, está sendo investigada pela própria Corregedoria da Polícia Civil e tentou até mesmo intimidar minha advogada, sem sucesso.
O Ministério Público e o Judiciário atuaram de forma impecável nos casos em que tive meu nome envolvido e até o momento, entenderam que eu deveria ser inocentado, pedindo o arquivamento das acusações. Em um dos processos arquivados, inclusive, o Poder Judiciário salientou que as denúncias foram feitas com o intuito de “benefício próprio” das supostas vítimas. Durante dois anos me calei, não me posicionei e aguardei o decorrer dos trâmites processuais, sempre na certeza da minha inocência, repito, comprovada judicialmente.
Mas ao ver algumas pessoas pedindo minha demissão antes mesmo de iniciar meu trabalho, faço o questionamento, já que, em dois anos, esta é a quinta vez que passo por situação semelhante. Até quando terei que ser impedido de trabalhar? O que essas pessoas querem? Até quando o julgamento popular irá se sobressair ao julgamento da Justiça? Quantas dessas pessoas tiveram acesso aos autos e as provas apresentadas por mim, para criarem juízo de valor?
Provei judicialmente que as denúncias de assédio feitas de um número ao qual eu fui titular entre 2015 e 2016, não partiram do meu telefone. Provei judicialmente que o artigo escrito por uma jornalista que me acusou de importunação omitiu trechos em que a mesma me convidava para sair e chegou até a dar detalhes sobre a própria vida sexual. Provei ainda que uma denúncia de estupro feita por outra jornalista tratava-se, na verdade, de uma tentativa de vingança, comprovada até mesmo com mensagens e ligações telefônicas.
No momento oportuno, (e quando a Justiça permitir, tendo em vista que existem processos tramitando em Segredo de Justiça), darei publicidade às provas apresentadas e assim espero que, de uma vez por todas, estes episódios lamentáveis fiquem no passado. Quero apenas recomeçar, reconstruir minha vida, trabalhar e ser feliz. Espero que entendam e respeitem isso, pois mesmo contra a vontade de alguns, eu sou sim, INOCENTE!
(*) LEONARDO HEITOR é jornalista em Mato Grosso.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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PRISCILA 08/09/2021
Tive a oportunidade de conversar com Léo em todos os momentos, não me afastei dele nunca, li o processo, vi o quanto ele foi injustiçado. Clamo e oro para que a justiça seja feita e as pessoas sejam mais empáticas.
André Matos 07/09/2021
Assim como o Rafael, conheço o Léo e também tive acesso aos documentos e provas do processo. A acusação de estupro chega a beirar a piada, com a menina inclusive elogiando que tinha gostado de ficar com ele. Teve outra que eu vi os prints da conversa deles que chama ele pra almoçar e ainda fala que tinha interesse no cara. As mulheres não entendem que quando se faz uma denúncia falsa dessas, quem mais se prejudica são as próprias mulheres, as que realmente são vítimas de crimes assim, pois ficam desacreditadas...
Fernanda Rodrigues 06/09/2021
A maior expressão de empatia é sermos compreensivos com alguém de quem não gostamos ou não temos afinidade, algo que não vem acontecendo com o Léo, o ser humano muitas vezes consegue ser podre, principalmente quando ataca alguém somente por atacar não se importando com o impacto que aquilo vai causar ao outro. Te desejo o melhor, seja luz!
Ferdinando Fonseca 06/09/2021
Que vc consiga trilhar seu caminho. Mas não deixe barato, processe por danos quem te acusou falsamente e também a delegada que injustiçou por holofote. Esse povinho aí não teve dó de vc, então não tenha deles. Como não possuem coração, faça doer no bolso.
Gabriel Junqueira 06/09/2021
O que fizeram com esse cara beira o absurdo. A Justiça precisa agir com urgência e punir de forma contundente quem fez as denúncias falsas e quem ainda insiste em perseguir esse jornalista. Elas tem que parar na cadeia!
Danielle 06/09/2021
Isso se chama falta de impatia,covardia pessoas pobres de espírito que não tem capacidade de deixar vc ter uma segunda chance.Lamentavel..
Rafael Lobo 06/09/2021
Tive a oportunidade de conversar pessoalmente com Léo e verificar em detalhes os elementos que provam sua inocência. Desejo que a cultura do cancelamento não se sobressaia às decisões judiciais do Estado de direito brasileiro e que Leo possa voltar ao mercado de trabalho tão logo.
lucianosimao 06/09/2021
neste Brasil gigante por natureza, para muitos boi da leite e vaca da coice. seja forte naquilo que vc acredita e viva um dia de cada vez no momento oportuno a LUZ VENCERA A ESCURIDAO. Forte abraço e FE EM DEUS.
8 comentários