O trabalho e o trabalhador

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Para onde vai tanto dinheiro? Bem, podemos apontar vários lugares, mas o menos favorecido são os que pagam. Há uma camada baixa que é assistida pelo governo em forma de programas assistenciais. Apenas recebem sem que o governo cobre responsabilidades. Apenas distribuem. O que facilita o vício da dependência eterna do estado. Na outra ponta estão os grandes empresários e as grandes empresas que também tem seus benefícios em formas de isenção. Ou seja, não são eles que pagam também. No meio, a chamada classe média que é quem paga a conta.

Qual o beneficio da classe que mais paga impostos no Brasil? Esta paga para ter serviços que nunca tem. Escola pública e gratuita de qualidade não tem. Saúde boa e de qualidade não tem. Segurança pública para garantir a proteção de seu patrimônio e o seu sagrado direito de ir e vir não tem. Saneamento básico para garantir condições de moradia digna não tem. Para ter, terá que pagar por um. Seja para a educação, saúde, segurança e etc...

E o dia primeiro de maio é o dia deste espoliado pelo estado, que por coincidência ou não, fica no “pós assalto” do fisco. Acontece que este não é necessariamente um dia de festa e sim um dia de luto.

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios. Mas estamos reivindicando o que? Nem isso fazemos mais! Fomos nocauteados pelos ventos do capitalismo moderno. Somos escravos do consumismo e escravos do carrasco chamado estado.

A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Hoje em dia trabalhadores ainda são escravizados em fazendas ou pelas atividades clandestinas de empresas inescrupulosas que agem em grandes cidades, como na indústria da confecção de roupas por exemplo. Sem falar no oficialmente trabalhador que ainda vive de horas extras e de jornada tripla. Exemplo da maioria dos professores que lecionam em três períodos para viver e mesmo assim ainda tem que pagar imposto ao governo, portanto jornadas igual ou acima de doze horas diárias. Fora aqueles trabalhadores que tem mais de uma atividade diária.

Voltando a história, podemos dizer que foram dias marcantes na luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Mas a luta não terminou, uma vez que o problema ainda persiste. E o estado é um dos maiores exploradores; um Robin Wood às avessas, uma vez que toma do trabalhador em forma de impostos e dá para os mais ricos em forma de incentivos e para os mais pobres em forma de bolsa miséria. Os melhores salários públicos são dos políticos e de seus assessores.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes. Mas o que vemos na realidade é apenas o dia que o trabalhador deixa de executar sua jornada diária, pois não temos nada ainda para comemorar. O que nos resta é uma revolta em forma de apatia. Servos diante do carrasco chamado Estado.

 Cidadão trabalhador que paga imposto todo dia e ainda paga após declaração de pessoa física, você já declarou seu imposto de renda, já descansou no seu dia. Agora é hora de voltar a chibata do estado, 2013 tem mais. Ou você se politiza e reage ou a saga continua. Este ano estarão pedindo seu voto de confiança. Bom trabalho a todos e guarde algum porque o governo não economiza e ele precisa muito do seu dinheiro.

(*) JOÃO EDISOM DE SOUZA é Analista Político e Professor Universitário em Mato Grosso.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

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