Você já se perguntou quem são as pessoas que fazem parte da sua família? E como essas pessoas podem influenciar seu destino?
Quando nascemos viemos ligados a um pai e uma mãe, bem como às suas famílias de origem. Trazemos em nossas células as experiências que as pessoas de nossa família puderam vivenciar. Nosso subconsciente pode, através do campo morfogenético, acessar essas informações e reproduzi-las em nossos sentimentos e ações, e isso pode influenciar nossas escolhas e, consequentemente, o nosso destino.
Percebemos através da observação do comportamento de um grupo familiar que eles estão unidos por uma força que liga todos os seus membros no sentido de uma estrutura de ordem e de equilíbrio. Podemos perceber através da prática das constelações familiares que, via de regra, quem faz parte do sistema familiar é: o filho e seus irmãos (inclusive os mortos ou natimortos, os abortos espontâneos ou provocados), os pais e seus irmãos (inclusive os mortos ou natimortos, os abortos espontâneos ou provocados, bem com os nascidos fora do casamento e ou meios-irmãos), os avós e algumas vezes os seus irmãos, eventualmente um ou outro dos bisavós, e incluem-se também pessoas sem laços de parentesco que tenham cedidos lugares a um ou outro do grupo (ex: parceiros anteriores do pais e ou avós, e todos cuja a perda ou morte tenham um resultado de vantagem para as pessoas do grupo familiar). É um panorama bem extenso, não é?
Verificou-se que esses membros do sistema familiar, estão ligados em sua comunidade de destino e um destino grave, de um determinado membro familiar, pode afetar a todos os demais e pode levar a algum membro do grupo querer partilhá-lo. Exemplo, quando um filho morre prematuramente na família, pode acontecer de um de seus irmãos desejarem também inconscientemente a morte, ou quando num casal um morre ou outro com frequência deseja morrer. Essa “vontade” de seguir o mesmo destino é trazida pelo amor que o vincula àquele que tem o destino difícil, onde o inconsciente da pessoa diz: Eu sigo você. Acontece aqui o que nós chamamos de expiação, onde a pessoa acha que pode entrar no lugar da outra, assumindo o sofrimento e morte em seu lugar, resgatando-a de seu destino. É uma dinâmica muito comum nas crianças, pois estas possuem um imenso amor pelos seus pais e por aqueles que vieram antes, mesmo que não tenham conhecido e frequentemente adotam a postura inconsciente do “ eu por você”.
O objetivo principal dessa dinâmica é a completude do grupo familiar, quando um membro do grupo se perde, porque lhe recusaram o pertencimento ou simplesmente o esqueceram, existe uma necessidade dentro desse grupo de restaurar sua completude. Há um sentido de ordem aqui, fazendo com que todos que pertencem ao grupo permaneçam nele, mesmo após a morte. Citarei um exemplo que pude vivenciar: Uma mulher buscou o auxilio das constelações familiares, pois sentia uma tristeza profunda. Ela tinha um bom trabalho, uma bela família e uma boa situação financeira, não havia motivos para tanto descontentamento e dor .
Esse sentimento a impossibilitava de desfrutar dos bons momentos vivenciados, frequentemente ela queria chorar e sentia-se perdida, em um estado de paralisação. Quando se abriu o movimento de constelação, revelou-se que ela havia perdido sua mãe com uma doença grave e ela estava na dinâmica do “eu por você”. Diante da situação identificada, realizou-se um exercício sistêmico, no qual ela pode perceber a ternura e o amor que sua mãe tinha por ela, e diante desse amor sua mãe não desejaria que ela passasse pelas mesmas dificuldades. Adotou uma postura interna de aceitação deste destino da mãe, se curvando diante dele. Ela pode sentir imediatamente um sentimento de alegria e leveza, não havia mais tristeza, culpa ou peso. Como se tivesse deixado de estar no passado e pudesse estar presente para vivenciar todos os bons momentos de sua vida.
Essa dinâmica de ordem só tem força quando permanece inconsciente , quando isso vem a luz, podemos cumprir sua finalidade de outra forma. Quando percebemos que um membro do grupo foi excluído ou esquecido, podemos restabelecer essa completude na medida em que os reconhecemos e os respeitamos, olhando-o com amor, aceitando o seu destino da forma que foi. Quando realmente acolhemos essa pessoa e seu destino, ficamos ligados a ela a um amor muito mais profundo e percebemos que ao invés dos vivos quererem seguir os mortos ou excluídos em seu destino, a energia da vivência deles é que se une aos vivos e se tornam uma força de impulso e vigor em seu sistema familiar.
(*) DUMARA VOLPATO é advogada e Terapeuta em Constelação Familiar com Curso em Hellinger Sciencia pelo Instituto Hellinger do Brasil; Formação em Constelação Familiar pelo Instituto CreSer de Campo Grande – MS; Curso de Aprofundamento em Novas Constelações e Curso de Análise Transacional pelo Instituto de Constelações Familiares Brigitte Champetier; e Praticante Profissional de Cura Reconectiva e Reconexão, pelo The Reconection, Califórnia – EUA. E-mail: [email protected]
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