Quem anda pela rua Estevão de Mendonça, avenida Getúlio Vargas, Filinto Muller, nas proximidades da Praça 8 de Abril, em Cuiabá-MT, nem imagina que está transitando por águas invisíveis, que um dia deram vida a cidade com as suas águas límpidas e cheirosas. É o caso do Córrego do Caixão.
Convivendo por quase 30 anos com engenheiros, biólogos, sanitaristas, pesquisadores, estudiosos da antiga Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso – SANEMAT, consegui fazer dos caminhos das águas um pouco da minha vida e, ao mesmo tempo, transformar esses caminhos em memórias. É isso que procuro registrar. Quem sabe, um dia, com os avanços tecnológicos podemos torná-las visíveis e saudáveis. E o rio Cuiabá agradecerá.
Buscando nas memórias do engenheiro Noé Rafael da Silva, um estudioso das águas e suas nascentes pude obter que, o Córrego do Caixão está situado, na região oeste da cidade de Cuiabá, cuja nascente está localizada exatamente na rua Estevão de Mendonça esquina com a avenida Presidente Getúlio Vargas, escorrendo, mais abaixo junta-se com outra nascente da avenida São Sebastião que, juntos formam o leito do Córrego do Caixão.
O percurso deste manancial engloba parte dos bairros Duque de Caxias e Quilombo, os quais compõem a área de afluência direta desta micro bacia hidrográfica, uma das afluentes da Bacia do Ribeirão do Lipa, que desagua na margem esquerda do Rio Cuiabá.
O modelo de gestão implementada ao longo do tempo nesta microbacia, transformou o Córrego do Caixão em canal de esgoto sanitário a céu aberto, bem como permitiu a ocupação desordenada dentro da área sem adotar um modelo de planejamento, moderno, com foco na sustentabilidade urbana, segurança hídrica e ambiental, eficácia da prestação dos serviços públicos, garantia dos serviços ambientais e que contemple uma melhor qualidade de vida para os cidadãos no futuro. Vários prédios ao seu redor jogam os esgotos sem nenhum tratamento em suas nascentes.
Como fator principal de paisagem e de lazer destaca-se o Parque Mãe Bonifácia localizado nessa microbacia, com sua área preservada de 77,16 ha, com trilhas que em seu contorno atingem 3.337 metros, o que possibilita a todos fazer uma boa caminhada, além da opção de poder apreciar uma pequena floresta no meio da cidade de Cuiabá, que tem em sua composição: animais da fauna regional, árvores tipicamente do cerrado, água do Córrego do Caixão, porém com águas poluídas e cheiro desagradável, que o poder público precisa urgentemente ter um olhar de afago, de carinho e de respeito com a sociedade, com a natureza, com a fauna, flora e animais.
Contudo, há um projeto para construção de um Lago com Pedalinhos, utilizando as águas do Córrego do Caixão que seriam tratadas e represadas, evitando que essas águas poluídas e com odor insuportável passe por dentro do Parque Mãe Bonifácia. Por onde anda esse projeto? Quem são os responsáveis? Precisamos dessas respostas.
A posição geográfica da microbacia é definida pelas coordenadas, latitude 595.000 – 597.000 e longitude 8.276.000–8.278.000, com extensão de, aproximadamente 2,2233 km², entre altitudes de 165 a 215 metros, conforme cotas de níveis disponibilizadas na Base Geral de Cuiabá. Comprimento total dos cursos d’água 6,2417 km. Pelas características fisiográficas, pode-se afirmar que há pouca propensão à produção de enchentes nesta área.
CAUSO: O nome originário deste córrego, vem de uma história contada pelos que vivam naquela localidade, que numa tarde de março, época de muita chuva, as pessoas seguiam com um caixão com um defunto, e na baixada da rua Estevão de Mendonça tinha um córrego e para atravessá-lo, havia uma pinguela de madeira e como a chuva descia uma grande enxurrada, e as pessoas que levavam o caixão, escorregaram e caíram com o caixão e este seguiu com o defunto descendo pela mata onde é hoje o Parque Mãe Bonifácia, por isso ficou como o nome de Córrego do Caixão.
(*) NEILA BARRETO é jornalista pós-graduada em História e escreve às sextas-feiras para HiperNoticias.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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