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Artigos Segunda-feira, 13 de Abril de 2015, 10:44 - A | A

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Segunda-feira, 13 de Abril de 2015, 10h:44 - A | A

Insatisfação geral

Todos os dias os meios de comunicação de massa, principalmente a televisão, que ainda é o veículo que mais impacta a cabeça,a mente e os corações das pessoas, mostram cenas que chocam os telespectadores e ajudam a incutir o medo, o desespero e revolta de

JUACY DA SILVA

Hugo Dias/HiperNotícias

Juacy da Silva

 

A cada dia e ano que passa, apesar de alguns indicadores estarem apontando que o Brasil de hoje é muito diferente e, para os donos do poder e classes abastadas muito melhor do que há décadas ou séculos, o fato concreto é que o povão e também a classe média percebem que a vida do brasileiro não está nada fácil.

 

Existe uma cantilena de que o atual governo “retirou “ 36 milhões de pessoas da pobreza e da miséria, como se isto fosse uma dádiva dos governantes, quando todos sabemos que este “resgate” de milhões de famílias tem sido feito com dinheiro público e de uma forma paternalista e assistencialista. Se por alguma razão, até mesmo por uma crise financeira e orçamentária o governo tiver que congelar tais programas, cujo símbolo maior é o “bolsa família” ou até mesmo a extingui-los, depois de 12 anos, todas essas pessoas que formam a famosa “nova classe média” voltariam de imediato `a condição de pobreza, ou seja, nenhuma mudança estrutural foi realizada, a não ser a propaganda oficial e as mentiras fabricadas pela mídia chapa branca.

 

Todos os dias os meios de comunicação de massa, principalmente a televisão, que ainda é o veículo que mais impacta a cabeça,a mente e os corações das pessoas, mostram cenas que chocam os telespectadores e ajudam a incutir o medo, o desespero e revolta de forma quase generalizada.

 

Cenas que mostram pessoas sofrendo em filas de hospitais, prontos socorros, mães aflitas que não conseguem atendimento para uma criança que está praticamente entre a vida e a morte. Pacientes que precisam viajar 300 ou até mil km para conseguirem tratamento de câncer, pessoas vítimas da violência no trânsito ou da fúria assassina, ficam deitadas em corredores de unidades de saúde, gemendo e sofrendo.

 

Pacientes com doenças crônicas que precisam ingressar na justiça para conseguirem medicamentos, sem os quais acabarão vindo a óbito e as vezes nem mesmo as decisões judiciais que, supostamente deveriam garantir direitos constitucionais que são a saúde e a vida, acabam, como sempre, descumpridas pelos gestores públicos e nada acontece.

 

Enquanto isto os donos do poder tem atendimento em hospitais de primeira linha, as custas do dinheiro público.

 

De forma semelhante, reportagens cotidianas ou especiais mostram como são transportados os trabalhadores, em alguns casos em condições piores do que animais, em ônibus e trens em precárias condições, sujos, super lotados , um verdadeiro sofrimento diário, quando esses mesmos veículos de comunicação informam que ministros e gente importante dos tres poderes da Repúblicam usam jatinhos da FAB, para transportarem um unico marajá a um custo absurdo, afora a afronta que é a manutenção desses privilégios e mordomias `as custas do dinheiro público, quando todos sabemos que os salários e outros privilégios desses marajás afrontam o trabalhador que ganha um salário mínimo de miséria , complementado pelo assistencialismo governamental.

 

Outro fator que provoca a insatisfação popular é a violência generalizada que cresce a cada dia. Não bastasse o terror que o banditismo impõe sobre a população com roubos, furtos, estupros, sequestros e assassinatos, a população pobre que vive nas periferias urbanas e nas favelas ainda tem que conviver com a violência policial que acaba levando mais medo e morte, pior em tudo isto é a impunidade, quase sempre nada acontece a não ser a dor de famílias que perdem seus entes queridos por “balas perdidas”, eufemismo para justificar a violência dos agentes do Estado, que em alguns casos acaba se confundindo com a violência dos bandidos e do crime organizado.

 

O que falar de pais, mães ou estudantes que precisam ficar nas filas nas portas de creches e escolas ou na frente de uma tela de computador para conseguir vaga para matricular uma criança, adolescente ou jovem, em estabelecimentos públicos de ensino ou para obterem crédito educativo, verdadeiras migalhas, perante o que os bancos oficiais concedem aos grandes grupos econômicos, a juros subsidiados ou na forma de “incentivos fiscais” que ajudam, na verdade, a acumulação de capital nas mãos das elites econômicas, políticas e sociais.

 

Em meio a tudo isso, a população ainda tem que conviver com uma inflação que rouba o poder aquisitivo dos salários, juros extorsivos, verdadeira agiotagem apoiada pelo governo que está levando as famílias a um endividamento impagável; aumentos dos preços de energia, dos alimentos e serviços em geral.

 

A pá de cal que sepulta as esperanças do povo e aumenta a insatisfação e revolta das massas são as constantes denúncias de corrupção envolvendo governantes, gestores públicos, partidos políticos e empresários que formam verdadeiras quadrilhas de colarinho branco para roubarem os cofres públicos e a certeza de que a impunidade será a recompensa para esses crimes.

 

Essas e outras condições que marcam a atual conjuntura, já vividas pela Venezuela e Argentina, estão contribuindo para a insatisfação generalizada que caracteriza o atual momento nacional. Em tais circunstâncias não é difícil prever que dias piores ainda estão por vir. A passagem da insatisfação generalizada e difusa para a violência política e a instabilidade institucional é de apenas um passo. A primavera nos países árabes e em outras partes do mundo bem atestam esta dinâmica política e social.

 

As manifestações e protestos populares, que algumas vezes tem descambado para a desordem, violência e vandalismo que tem ocorrido nos últimos anos e que tendem a aumentar, podem ser uma demonstração da indignação da população tanto contra o governo quanto a situação que se deteriora de forma clara.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, articulista de A gazeta, Mestre em sociologia.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Fernandes 13/04/2015

Professor, o Sr. quer um cargo em Brasília? Eu consigo para o Sr., tipo DGA 4.

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