Steffano Scarabottolo |
Como num movimento de marés, ela se aproxima e se afasta sem o nosso controle sempre que de alguma forma, tentamos aprisioná-la.
É como se parente muito próximo da liberdade, não pudesse ser alcançável, sem a presença desta.
Os vários sistemas econômicos e também a mídia, por razões obviamente comerciais, tentam relacioná-la à aquisição de bens de consumo, cada vez mais sofisticados.
Entretanto, a prática desmistifica essa possibilidade, dado o grande número de depressivos nas classes mais abastadas em que o dinheiro é o grande senhor de tudo.
Até pílulas, na busca da tal felicidade, são produzidas e consumidas em larga escala, numa tentativa em vão.
A humanidade, desde sempre, teve dificuldade em se conectar diretamente com a natureza, sua única possibilidade de bem estar.
As inúmeras drogas tentadas, mostram apenas efeitos colaterais sistêmicos desastrosos que em alguns casos chegam até a promover a autodestruição.
Logicamente não estamos falando de casos patológicos de depressão, em que as mesmas têm indicação obrigatória.
Desvairados nessa tarefa inglória, nos entregamos aos mais diversos rituais sejam eles estéticos, físicos ou espirituais, sempre buscando práticas que possam nos levar ao tão sonhado nirvana.
Isso se torna mais evidente no plano afetivo, quando delegamos ao outro, a imposição de nos tornarem felizes.
Nesses casos, a desilusão é obrigatória, pois ninguém no mundo tem essa dimensão, a não ser nos nossos poucos momentos orgásticos, nem sempre tão bem vividos.
A felicidade quando acontece, se observarmos com isenção, vem sempre de dentro para fora, contentes que estamos em função de descobertas que fizemos com relação a nós mesmos e ao que nos cerca.
Determinadas pessoas, comportamentos, situações e práticas neurotizantes repetitivas, nos tornam infelizes e o simples fato de constatar isso e afastar imediatamente as causas, já seriam suficientes para reverter esse quadro negativo.
Entretanto, por uma atrofia dessa atitude introspectiva, falsamente tida como confortável, nos deixamos levar pelos acontecimentos e pagamos um alto preço num futuro próximo, o chamado estado de infelicidade e o que é pior, apatia.
Acho que a grande sacada sobre a felicidade é continuar procurando-a incessantemente ao longo da vida.
Essa busca diária é a verdadeira felicidade!
(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico, professor-fundador da UFMT e colaborador de HiperNoticias. E-mail: [email protected]
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