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Mas deverá ser um alívio de curta duração para a conta petróleo, que tem sido bastante onerada pelas importações de derivados, consequência do rápido aumento da frota - e do consumo - sem que a capacidade de refino e a oferta de etanol tenham crescido na mesma proporção. Para estudiosos, a retomada da competitividade do etanol, se acontecer, será no longo prazo, dependendo de mudanças estruturais.
Assim, vai longe o tempo em que o Brasil se apresentava como único detentor da tecnologia e da capacidade de produzir combustível alternativo ao petróleo e - com algum exagero por certo - se enxergava capaz também de partilhar sua experiência com o mundo.
Os produtores de cana-de-açúcar e os usineiros se dizem desestimulados e incapazes de competir com a gasolina subsidiada. Entendem que estão num mau negócio e, endividados e inadimplentes em muitos casos, sequer têm acesso às novas linhas de crédito oferecidas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Um círculo vicioso que tem impedido a renovação e expansão dos canaviais e faz a produção regredir. Na visão oficial, barreiras a serem demolidas com a introdução de novas tecnologias e ganhas de produtividade. Uma avenida de oportunidades representada pelo etanol de segunda geração e a introdução de transgênicos, capazes de multiplicar por seis a produtividade atual.
Sem contar ganhos que poderiam ser obtidos no consumo final, por conta da introdução de melhorias nos motores, cujos padrões de eficiência também são questionados.
Esta combinação de fatores negativos, ou de falta de planejamento, levou o setor sucroalcooleiro à estagnação em que se encontra.
E na prática transformou os automóveis equipados com motores flex, outra invenção brasileira, preparados para queimar gasolina ou etanol em qualquer proporção, em outra inutilidade, já que são abastecidos quase exclusivamente com gasolina.
Daí o desequilíbrio que chega às contas da Petrobras e, voltando ao início deste comentário, agora provisoriamente atenuado.
Como em tantos outros casos no país, fica evidente que faltam decisões estratégicas, no caso falta determinar qual o papel afinal reservado ao etanol e como a aposta, seja ela qual for, será bancada. Enquanto isso não acontecer, prosseguirão os altos e baixos que não interessam ao consumidor e, claro, afugentam os investidores.
* TARCISIO OLIVEIRA SOUZA JUNIOR é colaborador de HiperNotícias e escreve às segundas-feiras. E-mail: tarcisio.brumathi@hotmail.com
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Anônimo 07/10/2013
Enquanto não houver estímulo no setor,não será vantajoso nem para o produtor,nem para o consumidor,muito se falou e pouco se fez,todos os projetos anunciados a época,ficaram pra trás sendo assim o projeto de ter um combustível alternativo,está cada vês mais distante.
Thiago 07/10/2013
Ainda bem que tal diferença de preço ainda não ficou menor que 30% no Mato Grosso o quem viabilizando o abastecimento com álcool, mas é uma questão muito séria para ser deixada de lado pelo governo federal.
2 comentários