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Que a televisão sempre causou fascinação em boa parte da população, isso é fato. Entretanto, o que motiva a redação deste artigo é a crescente espetacularização dos espaços dedicados antes integral ou majoritariamente à notícia, mas que hoje adquiriram o status de blockbuster telejornalístico, ao privilegiar o melodrama como linguagem em detrimento da pragmática e da retórica noticiosa.
Recentemente presenciamos a troca de comando do Jornal Nacional, da rede Globo, o que foi assunto nas redes sociais (twitter e facebook) e, principalmente, teve destaque em alguns tablóides jornalísticos e outros destinados aos gêneros de entretenimento e fofoca.
Curiosamente a troca de ancoras, caracterizada pela saída da jornalista Fátima Bernardes e a entrada de sua colega Patrícia Poeta, ambas consideradas jornalistas consagradas e celebridades, demarcou historicamente o atual estado do telejornalismo brasileiro: o de espetacularização.
Mais que o comunicado de uma mudança de apresentadores no principal telejornal brasileiro, a cobertura jornalística por trás da substituição das ancoras do JORNAL NACIONAL acusa um tipo de jornalismo onde a informação foi substituída pelo show, subvertendo a lógica clássica da notícia que é de informar.
No novo tipo de jornalismo, que também posso chamar de showrnalismo, privilegia-se a exaltação dos jornalistas como figuras midiáticas de uma grande indústria de entretenimento e como fator de mediocridade aos públicos telespectadores.
A análise inteligente e cerceada de um olhar com profundidade diante dos fatos, a postura versátil e póstuma na relação com os telespectadores, o texto enxuto e traduzido via uma linguagem impecável e acessível a todos, parecem perder espaço para atributos muito mais além a que grandes jornalistas como Heródoto Barbeiro e Sebastião Squirra previram em seus manuais e palestras.
Há, agora, a contemplação ao umbiguismo como metáfora fisiológica da autoexaltação e do excesso de publicização dos profissionais que trabalham na linha de notícia na TV brasileira. A capacidade dos profissionais do telejornal mensura-se a partir do índice de popularidade diante dos holofotes midiáticos, enclausurando gradualmente a essência jornalística nos arquivos mais recônditos das redações.
O que, de certa forma, leva-nos a crer num telejornal mais próximo de reality show, do que espaço de informação.
(*) LAWREMBERG ADVÍNCULA DA SILVA é professor de jornalismo da Unemat. E-mail: [email protected]
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JOSE DA SILVA 18/12/2011
Parabens.. Excelente reflexao...
1 comentários