Entendendo as diferenças

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Ele é proveniente de família judia. Ao passo que ela é de origem negra. Eles vivem um relacionamento à distância. Esse casal inter-racial é formado pelos atores Adam Sandler e Queen Latifah que brilham no filme Arremessando Alto, da Netflix. Indico para quem gosta de comédia romântica e de história de superação. Manter uma relação é um trabalho contínuo, imagine em um relacionamento misto, em que há diferentes culturas?! Podem existir muitos mais obstáculos: preconceitos, divergência na tradição, estilo de vida e de comunicação.

Agora pense num casal em que um deles nasceu de cesariana e o outro de parto vaginal, mas este não foi tocado pela mãe na hora do nascimento, pois passou direto para a UTI. Quando adulto, no relacionamento a dois, o cesariano precisa de afeto físico e fazer tudo do jeito dele. Enquanto que o do parto vaginal, tem dificuldade de abraçar as pessoas, porque sempre acha que existe uma incubadora entre ele e o outro. Como se entendem?!

É preciso muito mais flexibilidade, paciência e imaginação.

As feridas transgeracionais e os condicionamentos que herdamos da história dos nossos pais, avós e ancestrais, bem como as circunstâncias na hora da concepção e do nascimento, quando não resolvidos, afetam o relacionamento de casal. Isso, porque cada experiência, as crenças familiares, emoções, traumas, doenças, os hábitos culturais, de etnia, de religião, dentre outros, permanecem no DNA e é transmitido através de gerações e chegam até nós, segundo a epignética. E a constelação familiar é uma forma de trabalhá-la e ir ao cerne da questão que pode estar afetando o casal e liberar os bloqueios para um relacionamento saudável e feliz.

Assim, os adultos são resultados de como nasceram, como foram educados e amados com suas próprias famílias, grupos étnicos e países. O relativismo cultural estabelece que cada cultura é única e deve ser compreendida, ao invés de julgada. Logo, ele é fundamental para uma história de amor, já que cada um vê o mundo de uma maneira diferente. Desse modo, é preciso mergulhar na história de vida e na cultura do outro para compreendê-la, manter a própria identidade e buscar um meio-termo onde o casal possa se encontrar e se entender.

(*) BRUNA BERTHOLDO é Advogada e Terapeuta facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar Individual e Neuroconstelação. Escreve para HiperNotícias às terças-feiras. Instagram e facebook: brunabertholdocf / E-mail: [email protected]

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