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Vivemos num mundo melhor do ponto de vista de confortos e tecnologias, são celulares, internet, IPad, IPhone, trem bala, super aviões que transportam mais de 300 passageiros de uma só vez, e em tempo recorde.
Se voltarmos ao passado recente, 20 anos atrás basta. Quantas pessoas utilizavam a rede mundial de computadores? Quantos celulares em atividade? Como eram os celulares? Aqueles tijolões analógicos e nem possuíam identificador de chamadas, você atendia sem saber quem te ligava. Agora até a foto de quem te chama aparece, as informações chegam num instante, em fração de segundos.
Mataram Kadaffi e meia hora depois o mundo via as imagens. Redes sociais, Facebook, Twitter, Orkut, MSN, etc.
Não há mais necessidade de parar o carro para perguntar onde fica tal rua, basta ter um GPS, digitar o endereço que ele te guia até o destino desejado. Cura para certos tipos de câncer, claro que se diagnosticado a tempo, a medicina estética fazendo verdadeiros milagres. Mulher feia, já era!
Mas com tudo isso, por que vivemos um incremento substancial da violência? Não era para estarmos felizes, gozando dos prazeres do conforto e da tecnologia a nosso alcance? Dormir num colchão ortopédico, com gotas de ímã para relaxar, acordar e sentir o prazer de ter um outro dia para desfrutar? Os que acreditam num Deus, dar-lhe graças por mais esse dia? Ou ir até um dos tantos templos espalhados por cada esquina e rezar ou orar? (Falando em religião. Como têm aumentado o número de seitas, especialmente as pentecostais! Concorrência?).
A violência tem aumentado tanto no trânsito como contra o patrimônio, violência contra a criança, a mulher o adolescente, violência contra a vida, assassinatos diários, execuções cotidianas. O mais comum é ver estampados nos jornais “acertos de contas”, tio matando sobrinho por herança, pai jogando filha pela janela para não pagar pensão alimentícia, filho mandando matar pai para ficar com o patrimônio, e assim por diante.
Buscando entender na sociologia o comportamento das sociedades, encontramos o maior dos filósofos, o maior dos economistas, o mais importante sociólogo que a humanidade produziu, Karl Marx. “O comportamento da sociedade é fruto do modo de produção de riquezas vigente”. “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”.
Segundo o próprio Marx, hoje vivemos o quarto modo de produção de riquezas, desde a queda do feudalismo, vivemos no capitalismo. E qual é o fundamento filosófico deste modo de produção de riquezas? Segundo Adam Smith (considerado o pai da economia moderna), é “o sistema capitalista através da competitividade” iria motivar as empresas a produzirem bens cada vez mais modernos e com melhor tecnologia para satisfazer as “necessidades do indivíduo e estariam ao alcance de todos”.
Para outro “pai” do capitalismo, Max Weber, as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais. Isto é, como se a sociedade não interferisse sobre o comportamento individual.
Karl Marx, contrapondo Weber, nos ensina que a sociedade está em constante evolução, e essa evolução tem a velocidade da evolução tecnológica, portanto o comportamento social de 20 anos atrás é conseqüentemente diferente do que somos hoje.
Voltando à competitividade, é verdade que ela teve seu papel de impulsionar e acelerar a revolução industrial, e hoje vivemos a revolução tecnológica, porém, essa mesma competitividade entre empresas extrapolou os muros das fábricas e passou também aos seres humanos. Essa competição entre os indivíduos está cada vez mais acirrada, a ponto de ver membros do mesmo clã competindo entre si, seja por emprego, por vaga na universidade, por time de futebol, por religião, etc. Esse sistema fez com que a sociedade evoluísse a ponto de criar seres tão individualistas que são incapazes de ter uma convivência social harmônica. Além disso, através de filmes, novelas, revistas, gibis e outros meios, tem inculcado na consciência humana a solução para certos casos, com o instituto da morte, tipo: é bandido tem que morrer, ou é tirano, vamos matar.
Não esqueçamos que existe o outro lado, justamente o lado do bandido ou do tirano, que também tem a mesma influência a respeito da individualidade e o instituo da morte. Além de que o capitalismo mostrou-se incapaz de incorporar a todos no “estado do bem-estar social”, e criou e cria bolsões de pobreza, sendo que a propaganda consumista não exclui aqueles que não têm como “comprar” - criando-lhes também o fetiche de “ter”.
Com o sonho de consumo no subconsciente e a violência como regra para atender o ímpeto consumista, não será difícil utilizar-se do instituto da morte, sendo assim teremos uma sociedade explosiva.
Veja como o país mais importante do ponto de vista capitalista (USA) solucionou seu maior desafio, no caso Osama Bin Laden. A solução foi a morte - ou nos casos de Saddam Husseim e Muamar Kadaffi. Eles espalham a morte como solução, e nas escolas e faculdades estadunidenses já está virando corriqueiro jovens resolvendo suas desavenças matando todos quanto ficarem em seus caminhos.
Nos filmes e nas novelas, todo vilão geralmente acaba morrendo assassinado. Isso gera um subconsciente perigoso nas pessoas, transformando seres incapazes de amar ou de serem solidários. Os indivíduos para o sistema capitalista não passam de simples consumidores ou meros produtores de mercadorias. O importante para os capitalistas é transformar o fetiche em sujeito e o sujeito em objeto. Pouco lhes importa o ser humano.
Porém, este sistema tem criado suas soluções para minimizar os efeitos da violência, claro, gerando lucros, como cercas elétricas, monitoramento eletrônico, segurança privada, carros blindados, seguros de patrimônio e seguros de vida, como se fossem devolver a vida ceifada, ou como se estes valessem o quanto você paga pelo prêmio.
Só um modo de produção de riquezas em que o centro das atenções seja o ser humano e a produção de riqueza seja coletiva e não haja o instituto do lucro será capaz de devolver à sociedade os valores perdidos, como o respeito à vida, ao ser, onde o indivíduo seja visto pelo que é e não pelo que tem ou aparenta ter. Leiam Marx!
(*) CARLOS VEGGI é Consultor Empresarial, Curioso do Mundo e colaborador de HiperNoticias. E-mail: [email protected]
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