As arritmias são alterações no ritmo cardíaco que pode ser com aceleramento(taquicardia) ou lentidão nas batidas(bradicardia).
Muitas pessoas têm arritmia independente da idade e alguns hábitos como alimentação podem favorecer as crises de arritmia com taquicardia.
Bebidas como café, chá, chocolate e refrigerantes, contêm cafeína e são conhecidos por seus efeitos estimulantes em nosso sistema nervoso. A cafeína também pode gerar uma contração e batimentos mais rápidos do coração, aumentando a frequência de disparos de focos de arritmia ou mesmo favorecendo a ocorrência de frequências cardíacas mais elevadas durantes as crises.
Mas que fique claro que de uma maneira geral substâncias estimulantes exógenas como café, chocolate e refrigerantes, não podem causar arritmias. Porém, toda substância estimulante pode acelerar o coração se for ingerida exageradamente, levando a uma taquicardia. Assim, pacientes que já têm algum problema podem apresentar episódios de arritmias caso venham a ingerir quantidades acima do seu limite de tolerância.
Mas qual a dose máxima de café ao dia?
Geralmente as bebidas e outros produtos energéticos apresentam doses elevadas de cafeína, cerca de três vezes mais do que uma xícara de café, além de outras substâncias estimulantes.
O limite diário recomendado para consumo de cafeína é no máximo de 400 mg por dia, o que equivale a cerca de 6 mg de cafeína por quilo de peso corporal. Isso corresponde a cerca de 4 xícaras de café fresco (225 ml); 8-10 latas de refrigerantes de cola; 3-4 latas de bebidas energéticas (35mg/100ml).
O teor médio de cafeína por 150 ml (uma taça) de café tostado moído é cerca de 85 mg, de café instantâneo é 60 mg, café descafeínado é 3 mg, o chá em folhas ou saco apresenta 30 mg, o chá instantâneo 20 mg e o cacau ou chocolate quente é 4 mg. Um copo (200 ml) de refrigerante com cafeína tem entre 20 a 60 mg desta.
Outro hábito que acelera os batimentos cardíacos, que é muito comum aqui em mato grosso é o consumo do guaraná em pó. Nesse sentido, ocasionalmente encontramos pacientes no consultório com queixas relacionadas a arritmias algumas vezes resolvidas com a suspensão ou redução da dose do guaraná.
Por outro lado, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é outra substância que está diretamente associado a quadros de arritmia. "A fibrilação atrial é a arritmia mais associada nesses casos" e as crises habitualmente aparecem horas após o consumo de bebidas alcoólicas em grandes quantidades.
Obviamente a resposta clínica, a quantidade tolerada e a presença de sintomas relacionados ao consumo dessas substancias é individual.
Como sempre lembramos, o ideal é perguntar ao cardiologista se há necessidade de interrupção ou adequação do consumo.
E lembre-se, faça visitas ao seu cardiologista regularmente para que seu coração não saia do ritmo.
*RONALDO PEIXOTO DE MELLO é cardiologista, especialista em arritmia cardíaca e Eletrofisiologista premiado por melhor publicação da Cardiologia pela Sociedade IberoAmericana de Cardiologista em 2013
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