Depois que retomei a leitura de jornal, após deixá-la durante a pandemia, minha abordagem cultural, senso crítico e argumentos ganharam um novo sabor. Tenho me deleitado com notícias de todos os tipos. Desde as mais sérias às que abordam o universo de celebridades e influenciadores digitais. É interessante como elas, além de entreterem, podem servir para refletir questões sociais.
Recentemente, dois acontecimentos me chamaram a atenção. Um deles envolveu uma influenciadora digital que teve um romance com um jogador de futebol. Eles tiveram uma filha, mas acabaram se separando.
Com isso, fizeram um acordo que ele pagaria diretamente os funcionários da casa onde a filha mora com a mãe. No entanto, a mãe alegou que ele demitiu uma funcionária, apenas, porque ela estava acompanhando ela e a filha em outra cidade. Complicado!
Embora essa fofoca afete somente a vida deles, sabemos que várias famílias enfrentam desafios semelhantes. Quando um casal se separa, muitas vezes não se pergunta a respeito do impacto que a separação pode causar nos filhos, especialmente se forem pequenos.
As crianças são sensíveis e reagem ao conflito dos pais de diversos níveis: emocional, comportamental, cognitivo e até fisiológico. Por exemplo, podem demonstrar medo, solidão, insegurança, estresse, dificuldade para dormir, angústia, culpa, hiperatividade, agressividade, ressentimentos, ansiedade, tristeza, nos casos mais graves, até depressão.
Na abordagem sistêmica, isso é visto como uma forma de fazer com que os pais se sintam emocionalmente aliviados, de modo que uma criança se preocupa com eles. Com a separação, pode se sentir dividida. No coração dela há amor por ambos na mesma medida, a não ser que ela escute coisas como: “fique longe do seu pai” ou “sua mãe me extorque”...
O bem-estar dos filhos deve estar acima das necessidades dos pais que se separam. Eles têm o direito de manter uma relação equilibrada e contínua com cada um deles, de receber cuidados, educação e instrução das duas partes e de manter relações significativas com os avós e parentes de ambos os lados. Eles não deveriam ser objeto de discussões ou birra.
Se uma criança demonstrar sinais de desconforto, depressão ou isolamento após a separação, é importante que os pais e educadores busquem apoio psicológico. Além disso, a constelação familiar é uma ferramenta terapêutica que pode auxiliar a fazer com que cada membro da família e seu destino seja reconhecido e respeitado.
Aproveitando o feriado de Corpus Christi, que celebra o sacramento o Corpo e Sangue de Cristo, recordando a última ceia de Jesus com os apóstolos, apresento uma frase do atual Papa Francisco: “Queridos pais separados, não usem seus filhos como reféns.”
Ah! E a outra notícia foi sobre outro jogador de futebol, também separado da mãe da filha dele, mas em um momento fofo brincando com a bebê e a mãe, que também é influenciadora digital.
(*) BRUNA BERTHLOLDO é Advogada, Mediadora judicial, Terapeuta Facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar Individual, Neuronconsteladora. Escreve para HiperNotícias às quintas-feiras. Instagram e facebook: brunabertholdocf/E-mail: [email protected]
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.