Ah, se eu pudesse...

Mayke Toscano/Hipernotícias

Estive semana passada com um amigo em um barzinho ao redor da UFMT degustando (isso é coisa de chique e para o barzinho que estávamos, fica melhor “comendo” mesmo), um churrasquinho delicioso acompanhado com uma mandioca branquinha, daquelas que empurra goela abaixo uma boa costela.

Meus olhos nessa noite movimentavam mais que limpador de para brisas em um temporal. Olhava para um lado, para outro, para frente ou para trás, só via gente jovem e bonita. Todos universitários, todos amigos irradiando simpatia e felicidade, contagiando a quem ali chegasse.

Quantas saudades senti nesse momento dos anos que passei quando fazia Universidade na queridíssima cidade de Uberaba.

Olhava com tamanha inveja a movimentação da gurizada que sem querer, começou a rodar na minha mente um filminho das noites de sábado e domingo nos Centros Acadêmicos de Odontologia, Engenharia, Direito ou Medicina.

Noites que começavam às nove horas e iam até as quatro ou cinco da manhã.

Não tínhamos tempo de pensar em drogas, pois as meninas, as cervejas e o cuba libre não nos deixavam sossegados. Na saída, invariavelmente, um quibe no bar das Três Coroas.

Ah, se tivesse eu o poder de voltar no tempo, me vendo com sessenta quilos, saindo suado da quadra de futebol da FOTM, tomando um bom banho, vestindo a melhor camisa e “derramando” sobre meu corpo metade do vidro de Lancaster (perfume da moda à época), para a noitada do Centro Acadêmico.

Ah, se pudesse eu voltar no tempo tendo ao meu lado meus colegas de faculdade em uma tarde de domingo no campo do Nacional F. c., tomando um chope após uma partida duríssima contra o time dos professores.

Ah, se pudesse eu voltar a alguns anos atrás para reviver os melhores momentos que passei fora da minha Cuiabá.

Ah, se eu pudesse dizer a cada um dos meninos que vi no bar, que aproveitem muito esses momentos que a universidade lhes proporciona. São momentos que deixarão marcas indeléveis em suas vidas e que jamais se repetirão.
Mesmo lastimando que nunca mais eu os viverei, compreendo perfeitamente o presente que Deus dá, e que é ímpar e quase abstrato. Infelizmente, muitos não sabem usa-los, ou o usam de maneira imprópria.

Torço para que todos que eu vi nesse barzinho saibam usá-lo e que quando chegarem à minha idade possam sentir o mesmo que sinto até hoje: a vontade de voltar no tempo!

E viva a juventude!!!!!


* EDUARDO PÓVOAS é odontólogo cuiabano pós-graduado pela UFRJ.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

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