Abrindo o mês de outubro, o podcast Apro360, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), recebeu no quadro “Causa e Efeito” o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Vargas, mestre e doutor em Direito, para uma conversa sobre sustentabilidade no campo, o Plano Climático e o papel do produtor rural na preservação ambiental. A entrevista foi conduzida pela jornalista Fernanda Trindade.
Durante o episódio, Vargas destacou que a sustentabilidade deixou de ser apenas um conceito e passou a integrar o balanço econômico das empresas como um valor. Segundo ele, o desafio está em como esse valor será interpretado: como custo ou como benefício. “A tendência global é enxergar a sustentabilidade como despesa, mas o Brasil, com sua estrutura tributária e capacidade produtiva, é uma verdadeira máquina de fotossíntese a céu aberto”, afirmou.
O especialista defendeu que o debate climático deve envolver toda a sociedade, e não apenas especialistas. Para ele, o produtor rural já possui uma relação intrínseca com o clima, por depender diretamente das condições ambientais para produzir. “O produtor é quem observa o céu para saber se vai chover, colher ou plantar. Essa conexão faz parte da sua rotina e da sua atividade econômica”, pontuou.
Vargas também abordou os desafios na distribuição das responsabilidades ambientais entre os setores econômicos. Segundo ele, embora o Brasil tenha avançado em práticas sustentáveis, a maior parte da responsabilidade tem sido atribuída ao setor agropecuário. “Ao colocar a maior parte da conta climática sobre os produtores, transmitimos ao mundo uma imagem equivocada de um setor hostil à sustentabilidade, quando na verdade temos uma das legislações ambientais mais rigorosas e uma trajetória de aumento de produtividade com menor impacto ambiental”, explicou.
O professor da FGV ressaltou ainda que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil, representa uma oportunidade estratégica para debater a transformação da agricultura. No entanto, ele avalia que o país corre o risco de adotar uma agenda ambiental global que perdeu relevância política em centros como Estados Unidos e Europa. “O Brasil precisa transformar a COP em um espaço de desenvolvimento com inclusão e sustentabilidade, reconhecendo quem já atua corretamente e criando mecanismos de financiamento que valorizem essas práticas”, concluiu.
O episódio reforça a importância da sustentabilidade como pauta estratégica do setor agropecuário e destaca o compromisso diário dos produtores rurais com o meio ambiente. Para acompanhar esse e outros conteúdos, os interessados podem acessar os canais oficiais da Aprosoja MT no YouTube e no Spotify.
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