Aos 70 anos, o produtor rural e associado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), João Osvaldo Marsaro, natural de Coronel Freitas, Santa Catarina, não esconde o orgulho de sua trajetória. Após 47 anos de dedicação à agricultura, hoje, em Campo Verde, ele relembra o início da jornada em Mato Grosso e as conquistas que marcaram sua vida.
“Eu vim de Coronel Freitas, do estado de Santa Catarina. Nós chegamos aqui em 1978. Eu vim no mês de junho e recebi meu primeiro trator no dia 8 de agosto do mesmo ano. Nós viemos mais por um histórico do pessoal que saiu lá da cidade. Nós viemos visitar eles e a partir daí, a gente começou a procurar para comprar uma área de terra”, contou.
Filho de agricultor, João Osvaldo Marsaro cresceu rodeado pelo trabalho no campo, aprendendo desde cedo a importância da terra e do cultivo para o sustento da família. Determinado a construir sua trajetória na agricultura, Marsaro ressalta que sua jornada foi desafiadora, repleta de dificuldades, mas também de conquistas que moldaram sua vida como produtor rural.
“Meu pai trabalhava na agricultura, mas depois ele fez um concurso e passou para ser funcionário público da Secretaria de Fazenda do Estado de Santa Catarina. Eu comecei aqui plantando arroz. Cheguei no mês de junho e comecei a trabalhar em agosto para plantar em novembro. Naquela época, nós não pudemos jogar calcário e a produção também não foi muito boa”, relembrou.
Casado há 47 anos, João recorda que voltou à cidade natal poucos meses depois da mudança para buscar sua companheira de vida. “Eu vim sozinho no mês de junho e em setembro eu voltei pra casar e trouxe a minha esposa. Estamos a 47 anos casados. Minha esposa é companheira, amiga, sempre determinada e mais persistente que eu. Hoje temos três filhos. O mais velho chama-se Fernando, ele é advogado e trabalha em Cuiabá. O Rafael é o filho do meio, ele é formado em Ciências Contábeis e trabalha aqui comigo. E o mais novo, é o Alexandre, engenheiro agrônomo que cuida da fazenda que a gente tem lá em Campos de Júlio”, relatou.
Segundo João, o início foi marcado por incertezas, com pouca infraestrutura e acesso restrito a insumos. Mesmo diante das dificuldades, ele se manteve firme no propósito de prosperar na atividade rural. Para ele, cada desafio representava também uma oportunidade de aprendizado e superação, o impulsionando a seguir em frente.
“Os principais desafios eram a falta de água, energia e recursos escassos. A gente trabalhava sempre no limite. Aqui era tudo muito difícil, mas tudo era novidade. Mas tínhamos esperança vendo o resultado de outros, a gente tinha certeza de que um dia daria certo. E o que me fez continuar foi a ansiedade por ter sucesso no empreendimento, as dificuldades eram superadas pela força de vontade e a satisfação era ver o resultado positivo na época da colheita para continuar empreendendo e chegar onde a gente imaginava que poderia”, destacou.
Ao longo dos anos, a fazenda que antes era apenas o local de trabalho de João, transformou-se em local de aprendizado para os filhos. Ali eles cresceram cercados pela rotina do campo, acompanhando de perto e absorvendo o conhecimento transmitido pelo pai.
“Desde criança eles gostavam da fazenda. Na lavoura, com 10, 12 anos, eles já ajudavam. Começaram cedo a aprender a dirigir e a operar máquinas. Quando eles se formaram, todos já tinham conhecimento da lavoura e gostavam disso. Teve épocas que a gente passou muita dificuldade e ficamos apreensivos se realmente tínhamos futuro na agricultura. Mas eles nunca perderam a esperança e hoje a gente se sente realizado porque realmente é uma atividade promissora, bem desenvolvida e bastante lucrativa”, disse, orgulhoso.
Se antes foram os filhos que aprenderam desde cedo a rotina do campo, hoje são os netos que demonstram curiosidade e entusiasmo pela vida na fazenda. Para João, a nova geração representa não apenas a continuidade da história da família, mas também a garantia de que os valores construídos ao longo de décadas de trabalho terão sequência. “Quando eles vêm para a fazenda, não querem mais ir embora. Não vou ter problema com a sucessão. A gente incentiva eles a ter sempre na mente que trabalho, seriedade, honestidade são valores que o ser humano deve nunca jamais desprezar. A gente fica mais sossegado e menos preocupado quando tem alguém que se interessa pelo que lutamos”, afirmou.
Com muito orgulho, João Osvaldo Marsaro não esconde o orgulho de contribuir com a agricultura mato-grossense ao longo dos anos. Para ele, a atividade no campo vai muito além da produção de grãos, pois contribui diretamente para o desenvolvimento do país.
“Sou realizado por ter tido sucesso na empreitada e ter conseguido honrar os compromissos e progredir na atividade. Realmente, acho que me realizei fazendo isso. Ser produtor rural significa contribuir com a sociedade produzindo alimentos e desempenhando a função social que a agricultura tem como objetivo e responsabilidade. É muito bom ser produtor rural. Essa atividade tem o seu valor histórico e uma necessidade de continuar, porque a humanidade necessita e carece de alimento”, finaliza.
A história de João Osvaldo Marsaro revela a perseverança e determinação de uma família que transformou desafios em conquistas e construiu, no coração de Mato Grosso, um verdadeiro legado no campo, mostrando que o amor pela agricultura pode, de fato, atravessar gerações.
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