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Variedades Domingo, 10 de Agosto de 2025, 18:56 - A | A

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Domingo, 10 de Agosto de 2025, 18h:56 - A | A

PAI DA MANUELLA

César Tralli conta que teve resistência em ter filhos e hoje se arrepende

Apresentador do 'Jornal Hoje' e do 'Jornal GloboNews', o jornalista segue na função paterna também com a enteada, Rafaella Justus; e o próprio pai, de 82 anos: 'Nasci para isso'

CONTEÚDO G1

Acostumado a informar o público diariamente na bancada do "Jornal hoje" e do "Jornal GloboNews" sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo, César Tralli tem um interesse ainda maior sobre as notícias que vêm da sua própria casa. Pai de Manuella, filha de seu casamento com Ticiane Pinheiro, o jornalista acompanha de perto o crescimento da menina de 6 anos, além de participar da rotina de sua enteada, Rafaella Justus, de 16, fruto da relação da mulher com o empresário Roberto Justus.

A cada nova etapa da caçula — recentemente ela iniciou a alfabetização e, pela primeira vez, andou de bicicleta sem rodinhas —, Tralli baba pela cria! Aqui, na Canal, o apresentador comemora o Dia dos Pais com um ensaio de fotos com a filha, realizado nos estúdios da Globo de São Paulo, na última segunda-feira. Durante a visita, Manu foi o centro das atenções dos colegas do âncora.

A união da família sempre foi prioridade para o comunicador de 54 anos. Da infância difícil até virar referência no telejornalismo, a trajetória foi longa. Com apenas 6 anos, ele se tornou o cuidador da irmã, Gabriela, que nasceu com a síndrome de Noonan, deficiência genética intelectual muito acentuada, além de algumas deficiências físicas.

— Isso fez com que ela tivesse muitas limitações, mas todos se uniram muito. Essa força que tenho de lutar pela família vem muito da existência da Gabi — conclui Tralli num relato emocionante.

Com 32 anos de Globo, o jornalista troca de lado e vira entrevistado nestas páginas.

Você conheceu a paternidade antes de ser pai por conta da sua enteada?

A paternidade para mim é um eterno ensinamento. Sou o filho mais velho de três, e a minha irmã mais nova, que infelizmente já faleceu, nasceu com uma síndrome muito rara. Isso a transformou numa eterna criança. Como minha mãe e meu pai trabalhavam muito, fui um segundo pai pra ela. Desenvolvi esse dom muito novo. Cuidava dela, que tinha convulsões. Precisei intervir em situações bem violentas. Isso foi me dando a condição do cuidado. Essa irmã sempre foi meu xodozinho. Viveu até os 40 anos, em 2018. O coração começou a falhar. Na troca das válvulas do coração, ela não resistiu.

Sempre quis ser pai?

Por ter tido essa irmã com uma condição difícil, sempre tive resistência em ser pai. Pensava: “E se eu tiver um filho com as mesmas dificuldades? Vai ser muito punk para administrar”. Depois da Manu, percebi que, se eu pudesse ter tido dez filhos, eu teria tido, porque a minha felicidade em ser pai é gigantesca. Nasci para isso. A Rafa me ajudou a despertar para isso também. Quando a gente se conheceu, ela me recebeu muito bem. Me adotou como um segundo pai, e a adotei como uma filha. Aí veio a vontade de fazer a família crescer. A gente tentou mais filhos, mas não vieram.

Como está a atual fase da Manu?

Ela acabou de fazer 6 e começou a primeira série do fundamental. A gente procura dar uma educação boa, com muito amor e carinho. Como venho de família simples, de uma mãe (Edna) que foi boia-fria, tento mostrar para ela a importância de cuidar das pessoas e olhar para quem é menos favorecido. Quando Manu ganha um presente, a gente doa um brinquedo ou uma roupa. Quando ela vê uma pessoa em situação de rua, fala: “Papai, você não vai parar o carro para ajudar esse moço?”. É amorosa e ao mesmo tempo engraçada. Tem esse lado do pai, mais sério, e o da mãe, mais brincalhão.

O que é mais desafiador: ser jornalista ou pai?

É mais desafiador ser pai do que jornalista, sabia? Amo meu trabalho e sou muito focado, mas ele me consome muito. Meu grande desafio é fazer do tempo livre um benefício para a família. Procuro fazer Manu sair das telas e viver uma infância como eu vivia, quando morava em Santo Amaro (SP). Ficava na rua, jogava futebol, brincava de pega-pega, carrinho de rolimã, empinava pipa... A coisa mais gostosa está na vida real e não na virtual.

Como controla o uso das telas pela Manu?

Durante a semana, é totalmente proibido. Ela não chega nem perto de celular, tablet... No fim de semana, é uma hora no sábado e uma hora no domingo. O tablet dela é ultracontrolado pela gente. Não espero dar um celular tão cedo. Quando dá, a gente junta os amiguinhos dela para brincar. Brincamos de boneca com ela. Às vezes, ela pega meu creme de barbear, joga na minha cara inteira. Ela é bem espoleta, uma figuraça. Conto histórias sobre minha infância ou leio um livro para ela antes de dormir. Prefiro ter mais qualidade na relação do que a quantidade. Não adianta ficar o dia inteiro com os filhos se eles estão no tablet...

Qual momento da Manu mais o marcou?

A primeira vez que a levei ao pediatra e tive que botá-la no carrinho de bebê no carro. Parecia que eu estava numa loja de cristal e, qualquer movimento errado que fizesse, poderia quebrar a loja inteira. Meu coração parou na boca. Isso me marcou para o resto da vida. Era um dia chuvoso, trânsito engarrafado, e eu com aquela menininha recém-nascida. Foi ali que caiu a minha ficha.

Num mundo machista e misógino, já se preparou para falar com ela sobre esses temas?

Como ela acabou de fazer 6 anos, nunca abordei esses temas. Já a levei para andar de ônibus, metrô e trem. Quero que conheça mais da vida e circule bastante. Então vai haver momentos em que vou poder abordar essas questões. Por ter tido uma mãe presente, com cabeça aberta, vou ser o primeiro a falar com Manu sobre violência de gênero para que ela possa entender o quanto é importante lutar por igualdade. Me preocupa por um lado, mas tenho a segurança de que a educação faz toda diferença. Quando o pai e a mãe estão presentes, a criança cresce com consciência de não aceitar humilhação.

Como manter a energia para acompanhar uma criança pequena?

Desço para a academia do prédio de quatro a cinco vezes por semana, depois que boto ela para dormir. Faço musculação para conseguir carregá-la, já que tá pesando 27kg e medindo 1,26m. O pediatra falou que ela pode chegar a 1,90m. Também tenho uma alimentação ultra saudável. Sei que a minha vida é uma maratona, que não adianta também acelerar muito se eu não tiver fôlego para os últimos quilômetros. Quero viver bem para poder acompanhar a vida dela e da Rafa. Minha rotina se resume a trabalho e família. Não tenho hobby, não jogo futebol, cartas, não vou a estádio...

Você se dá bem com o pai da Rafa?

Minha relação com o Roberto (Justus) é ótima. A gente sempre se deu superbem, nunca tivemos um problema. Entendo que ele é o pai, e é admirável como ele participa da vida dela e dos outros filhos. Me vejo como um auxiliar. A gente está o tempo todo trocando ideia no WhatsApp sobre a Rafa: eu, ele e Tici. Tenho altos papos com ela sobre estudo, namorado, viver fora do Brasil... Como saí de casa novo, dou a maior força. Digo que não pode esperar as coisas caírem do céu. Agora, ela é adolescente, quer curtir as amigas, sair... A mãe fica desesperada, mas a gente cria filho para o mundo.

Como manter a chama do casamento acesa?

Todo mundo atravessa fases difíceis. O fundamental é elencar o que é prioridade. O mais legal é a nossa confiança, tanto que a nossa senha do celular é a mesma, desde o início do namoro. Caso eu precise pegar o celular dela para mandar uma mensagem e vice-versa. É um ajudando o outro o tempo todo. Temos personalidades distintas. Sou capricorniano, metódico, encanado com as coisas. Tici, não. Brinco que veio ao mundo a passeio. Queria ser parecido com ela, mas não consigo. Acho que a gente se completa e forma um casal legal.

Quais dificuldades você passou na infância?

Meus pais tinham uma origem muito simples. Minha mãe é de uma família de nove irmãos do interior de São Paulo, e todos nasceram num canavial. Ela cortou cana até adolescente, vendeu amendoim em porta de estádio, participou de colheita de algodão e milho... Meu pai também veio do interior de São Paulo bem jovem e com muita dificuldade. Eles foram construindo a vida na capital. Quando meu pai ficava desempregado (ele era técnico administrativo), minha mãe segurava a onda e pedia dinheiro emprestado aos meus tios. Eu sabia que teria que correr atrás para puxar a família. Sempre gostei de estudar e comecei a trabalhar cedo. Com 12 anos, já dava aula particular de Matemática, Português e Inglês para os vizinhos.

Como é a relação com seu pai?

Sempre foi muito boa. Ele é desprovido de vaidade, é muito franciscano nos seus hábitos. Minha mãe faleceu há quase três anos num acidente aéreo no interior de São Paulo. Aos 82 anos, meu pai mora sozinho, e quem cuida dele sou eu. Roupas, comida, plano de saúde... Faço tudo para o conforto dele. Me dói vê-lo envelhecido. Ao mesmo tempo, me sinto grato e feliz. Ele brinca com os amigos dizendo que sou o pai dele. Ele tem razão.

Como vai ser seu Dia dos Pais?

Tem muitos pais na nossa família, então a gente sempre faz um almoço em casa. A Tici é a rainha das festas. Então, para botar uma de pé, é rapidinho. Talvez a Rafa esteja com o Roberto, mas a Manu vai estar com a gente.

Créditos:

Texto: Thomaz Rocha

Edição: Camilla Mota

Fotos: Jordan Vilas @jordanfotografo

Assistente de foto: Reijane Lima @janellims

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