Banderas sempre quis viver o artista, mas chegou a recusar algumas vezes o papel no passado. "Achei que não era a hora certa", explicou. "Mas agora senti que era. É uma tremenda responsabilidade, porque sei que, se não fizer direito, não posso mais ir para minha cidade natal", disse.
Apesar da proximidade, algumas coisas surpreenderam o ator na pesquisa. "Não havia separação entre o artista e o homem", contou. "Ele não deixava de ser pintor quando ia para casa." Banderas interpreta Picasso na idade madura, mostrando sua relutância inicial em aceitar a encomenda que acabou resultando em sua obra mais célebre, Guernica, e suas dificuldades com suas várias mulheres. O americano Alex Rich faz o pintor na juventude, quando ele tenta estabelecer seu próprio caminho criativo, mas acaba ganhando dinheiro imitando o estilo de outros artistas em Paris. "Para chegar ao cubismo, ele precisou mudar totalmente sua maneira de olhar o mundo", explicou Rich. A série pula no tempo, abrangendo desde o nascimento do pintor até sua velhice.
Ser lançado no meio do movimento #MeToo e Times Up fez com que os produtores fossem questionados, por exemplo, pelo fato de as duas temporadas destacarem gênios do sexo masculino, deixando as personagens femininas em segundo plano. "Nós nos esforçamos para mostrar essas mulheres cercando esses ícones", disse o showrunner Ken Biller. "Em Einstein, por exemplo, Samantha Colley (que desta vez é a fotógrafa Dora Maar, uma das amantes e musas de Picasso) interpretou Mileva Maric, uma cientista que foi esquecida pela história. Se a história a tivesse tratado de maneira diferente, talvez hoje estivéssemos fazendo uma série sobre ela."
Além de Dora Maar, Genius mostra também o relacionamento de Picasso com Marie-Thérèse Walter (Poppy Delevingne) e Françoise Gilot (Clémence Poésy), que aconteceram concomitantemente. "No atual clima político, foi interessante explorarmos como este homem, de muitas formas, devorou as mulheres com quem interagiu", disse a produtora Francie Calfo. Para Biller, o objetivo não era santificar Pablo Picasso. "Queríamos explorar alguém muito complexo e as pessoas à sua volta. Não estamos fingindo que tudo o que ele disse ou fez era admirável. Ele fez coisas extraordinárias e outras terríveis."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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