O secretário de Governo de Várzea Grande, Dito Lucas, afirmou ao HNT que sua saída da gestão da prefeita Flávia Moretti (PL), já acertada anteriormente, precisou ser antecipada diante do agravamento da disputa política entre a deputada estadual Janaina Riva (MDB) e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (UB), braço direito do governador Mauro Mendes.
Segundo Dito, o plano original, alinhado com Flávia e o vice-prefeito Tião da Zaeli, era deixar o cargo no início de 2026, para então coordenar a pré-campanha ao Senado do deputado federal José Medeiros (PL). No entanto, o avanço da tensão entre Mauro e Janaina — os dois principais nomes na corrida pelo Senado — mudou completamente o cenário.
“A briga antecipou demais o processo”, resumiu. Para ele, os bastidores da eleição majoritária já estão “muito mais aquecidos do que deveriam para o momento”, o que exige ação imediata.
A polarização entre Mauro Mendes, líder consolidado do União Brasil, e Janaina Riva, que se posiciona agora na oposição, empurrou a disputa para o centro do debate político estadual. Com isso, a candidatura de Medeiros, que tenta se viabilizar como uma alternativa pela direita, precisa ganhar tração rapidamente. Dito acredita que o momento exige articulação intensa junto às bases do PL.
“Tenho que aproximar essa base do projeto. Se deixar pra cima da hora, com o cenário que já está posto, não vai dar”, avaliou. A missão envolve reativar o diálogo com cerca de 260 vereadores, 22 prefeitos e mais de 30 vices filiados ao PL em Mato Grosso.
DISPUTA AO SENADO
O governador Mauro Mendes é tratado como pré-candidato consolidado ao Senado dentro de seu grupo político. Em pesquisa do Instituto Tracking, feita em abril com exclusividade para o HNT, Mendes apareceu com mais de 60% das intenções de voto em Cuiabá.
Janaina Riva figura em segundo lugar, com 42,6%, se posicionando como principal adversária direta de Mauro e capitalizando seu recente afastamento do Palácio Paiaguás.
José Medeiros, apoiado por Flávia Moretti e agora coordenado por Dito Lucas, aparece ainda em quinto lugar, com 5,2%. Para o grupo, reverter essa diferença exigirá mobilização imediata diante da antecipação do clima de disputa.
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